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ENTREVISTA

Carreira alemã, versatilidade e planos: Roger Bernardo marca data para chegar ao Galo

Jogador revela em entrevista que atravessa madrugada na Alemanha para acompanhar o time e quer sentir o clima da torcida já no dia 28 de maio

postado em 17/05/2017 20:32 / atualizado em 18/05/2017 11:36

GUENTER SCHIFFMANN/ AFP

Enquanto prepara a mudança para o Brasil, depois de oito anos no futebol alemão, Roger Bernardo sonha em alcançar o sucesso no futebol brasileiro: “Quase tudo pronto. A mudança de país, depois de tanto tempo, é difícil. É um pouco estressante, mas vai valer a pena. Vamos fazer de tudo para levar o Atlético aos títulos”, diz, em entrevista ao Superesportes, o primeiro reforço anunciado pelo Atlético para a disputa do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e fases finais da Libertadores.

Roger Bernardo, de 31 anos, acertou um pré-contrato com o Galo em janeiro. Ele permaneceu na Alemanha para cumprir o vínculo com o Ingolstadt. O compromisso só termina no fim de junho. Mas a rodada final do Campeonato Alemão é neste fim de semana. O Ingolstadt, que acabou rebaixado, enfrenta o Schalke 04. Na segunda-feira, o jogador e seu empresário pretendem antecipar o fim do contrato. Roger Bernardo quer embarcar para o Brasil, provavelmente no dia 23, com a cabeça totalmente voltada para o Atlético.

O volante, que atua também como zagueiro, planeja, inclusive, comparecer ao Independência no dia 28 para assistir ao jogo do Atlético contra a Ponte Preta pelo Brasileiro. Ele quer entrar logo no clima do Galo. Os treinos devem ser iniciados em 1º de junho. Mas Roger Bernardo terá de esperar até o dia 20, data da abertura da janela de transferências, para ser registrado na Confederação Brasileira de Futebol e entrar nos planos do técnico Roger Machado.

Na entrevista, Roger Bernardo fala do começo da carreira, com passagens por vários clubes, como o Palmeiras, do crescimento no futebol alemão, da polivalência em campo e do Atlético.

Início da carreira


O começo foi bom, mas por imaturidade a gente acaba pecando em alguns aspectos. Em 2004, disputei a Copa São Paulo pelo União São João, depois vim com um grupo para a Alemanha fazer um teste. Acertei com uma equipe, mas não deu certo. Fui para o Palmeiras em 2005, trabalhei com o Leão e com o Tite. Só que menino novo, jogando em um time novo, a gente acaba pecando em alguns aspectos. Acabei emprestado para clubes como Santo André, Juventude, América de Rio Preto, Guarani, até que rescindi o contrato com o Palmeiras. Recomecei a carreira no Figueirense, onde fomos felizes, me tornei capitão da equipe. Em 2009, me transferi para a Alemanha para o Energie Cottbus, da Segunda Divisão. Foram três anos até minha carreira decolar no Ingolstadt. Fomos campeões (da divisão de acesso), mas, infelizmente, agora, não fomos bem e voltamos para a Segunda Divisão.


Passagem pela Alemanha


Definitivamente, aprendi muito sobre disciplina tática e ganhei experiência. A disciplina é algo que eu prego muito e aprendi. Espero levar para o Brasil e ajudar o Atlético a conquistar os títulos. Os últimos meses, falando pelo time, não foram bons. Voltamos à Segunda Divisão, depois de duas temporadas na Primeira. Individualmente, não tenho nada a reclamar. Não me lesionei, pude atuar em bom nível, fiquei fora de alguns jogos, por opção do treinador. Às vezes, queremos ajudar de alguma forma, mas faz parte. Quem manda é o técnico. Procurei ser profissional como sempre fui, trabalhando e tentando conquistar meu espaço. Voltei a ser titular, ganhamos três seguidas, mas não salvamos a equipe. O ano de 2017 para a carreira foi difícil, mas individualmente não tenho nada a reclamar.

Zagueiro e volante


Desde jovem atuava nas duas posições. Me sinto bem nas duas. Nos últimos quatro meses, jogamos com três zagueiros e eu joguei de líbero, como dizem no Brasil. Como volante, atuei também. Para mim, tanto de zagueiro como de volante, só quero ajudar o Atlético a buscar vitórias e títulos. Quero agradar ao torcedor com minha força de vontade e determinação.

Quando se apresenta ao Galo?


A partir de sábado, vamos conversar para encerrar meu vínculo em 31 de maio, começando no Atlético em 1º de junho. Vou estar à disposição do treinador a partir de 20 de junho, iniciando o Campeonato Brasileiro. Meu empresário está conversando sobre a apresentação. Saio daqui dia 23, pretendo passar dois ou três dias com meus pais e passar o aniversário da minha esposa. Depois, vamos para Belo Horizonte. Pretendo estar domingo, no jogo contra a Ponte, em BH para assistir à partida e sentir o clima da torcida.

Trabalho do Roger Machado


Venho acompanhando o Roger há algum tempo. É um treinador jovem, como os treinadores que estão aparecendo, como o do Flamengo, o do Botafogo e do Corinthians. É uma leva muito boa de técnicos. Ele estudou bastante, tem um diferencial de outros treinadores.

Jogadores que conhece no elenco


Joguei ao lado do Leonardo Silva no Palmeiras e depois fomos emprestados ao Juventude. Ele completou o Brasileiro em 2007 e eu fiquei só um mês. Outro que conheço é o Felipe Santana, pois somos da mesma cidade, Rio Claro, e conheço ele também aqui da Alemanha. Devem ter outros que joguei contra.

Vem acompanhando o time


Venho acompanhando há muito tempo, desde o ano passado. Acompanhei na final da Copa do Brasil contra o Grêmio. Depois, começamos a conversar sobre um acerto e fiquei mais atento ao time. Acompanhei o Estadual, os jogos pela Libertadores. Agora vejo direto, o complicado são apenas os horários, mas, quando dá, assisto, mesmo pelas madrugadas.

O que mudou no Roger Bernardo depois de oito anos na Alemanha


Falei algumas vezes que o Roger saiu mais novo e chega mais experiente, mais maduro e disciplinado. A garra continua a mesma, força de vontade e determinação e humildade. Saí novo e volto experiente e muito bem fisicamente.

Números da carreira de Roger Bernardo:


2016/2017 (Ingolstadt) – 30 jogos – 1 gol
2015/2016 (Ingolstadt) – 30 jogos – 1 gol
2014/2015 (Ingolstadt) – 34 jogos – 0 gol (Série B)
2013/2014 (Ingolstadt) – 34 jogos – 0 gol
2012/2013 (Ingolstadt) – 24 jogos – 0 gol / (Energie Cottbus) – 1 jogo – 0 gol
2011/2012 (Energie Cottbus) – 27 jogos – 0 gol
2010/2011 (Energie Cottbus) – 32 jogos – 1 gol
2009/2010 (Energie Cottbus) – 8 jogos – 0 gol
2009 (Figueirense) – 7 jogos – 2 gols
2008 (Figueirense) – 1 jogos – 0 gol

Outros clubes:
2008 – Guarani de Campinas
2007 – Juventude de Caxias-RS
2007 – Ponte Preta
2005/2006 – Palmeiras
2004 – Santo André-SP
2003 – União São João de Araras-SP

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