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Fora da Libertadores, Atlético abre mão de estrelas e aposta em futebol 'operário'

Corinthians de 2017 é exemplo para montagem do grupo atleticano

postado em 03/01/2018 09:10 / atualizado em 03/01/2018 09:22

Bruno Cantini/Atlético

Um time batalhador, sem grandes estrelas e que teve êxito em campo em 2017, com um título estadual e outro nacional. As características se aplicam ao Corinthians, que na última temporada se restruturou ao ficar fora da Libertadores e conseguir vencer com méritos o Campeonato Brasileiro. Com a clara intenção de voltar a ter uma conquista de expressão, o Atlético tenta se inspirar no Timão: começará as mudanças “por baixo” para tentar alcançar os troféus a longo prazo.

A exemplo do que ocorreu com os paulistas no ano passado, o Galo não disputará a Libertadores, o que permite mais tempo para os dirigentes planejarem a equipe e focarem no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana. Conquistar o Nacional depois de 47 anos se tornou uma meta pessoal do presidente eleito, Sérgio Sette Câmara.

Com vários dos rivais disputando a Libertadores – Cruzeiro, Grêmio, Santos, Palmeiras, Flamengo e o próprio Corinthians –, a estratégia alvinegra é procurar disparar na pontuação nas primeiras rodadas e administrar a vantagem até o fim. Por ter disputado a competição internacional nos últimos cinco anos consecutivamente, o Galo perdeu força em certos momentos do Nacional e chegou à reta final sem condições de lutar pela taça.

Na visão do diretor de futebol Alexandre Gallo, a equipe pode ter melhor aproveitamento quando está envolvida em menos torneios: “Em dezembro, a gente tinha dois cenários preparados. As duas situações podiam acontecer. O Corinthians não foi à Libertadores e foi campeão, fez grandes vendas. Quem fica fora da Libertadores tem mais tempo para se desenvolver no Campeonato Brasileiro. Vamos brigar pela Libertadores 2019”, promete.

A receita do Timão pode servir ao Atlético em outros aspectos. Sem dinheiro para investir em nomes de peso, o Galo tenta formar um grupo com perfil mais homogêneo e voluntarioso, qualidade marcante dos paulistas no ano passado. Além de abrir mão de Fred e Robinho, economizando em torno de R$ 30 milhões no ano, a diretoria atleticana trouxe atletas que buscam a recuperação depois de temporada ruim e com chance de render mais coletivamente, casos do volante Arouca e dos atacantes Erik, Roger Guedes e Ricardo Oliveira. A expectativa é de que eles possam ter o mesmo êxito do atacante Jô, que estava em má fase, mas foi artilheiro do Brasileiro.

Um dos jogadores que buscam a recuperação, o atacante Luan afirma que a equipe aprendeu com os erros de 2017: “A temporada passada não foi legal para mim e nem para a equipe. O fator casa não foi bom para a gente no Brasileiro. Não tem desculpa, não jogamos bem e não encaixamos. Brigaríamos pela Libertadores e teve mudança de treinador, sendo necessária uma adaptação a um estilo diferente. Mudou muita coisa. Temos de ver onde erramos. Fica esse desafio para a gente. Temos capacidade, mas temos de colocar tudo na prática. O time é bom tecnicamente”. Devido às lesões em série, o camisa 27 esteve em campo apenas 27 vezes em 2017.

O fato de ficar longe da mídia, algo que ocorreu com o Corinthians, também pode ser favorável ao Atlético. Nas últimas temporadas, o Galo assumiu a condição de favorito e se tornou um dos times mais badalados do país, mas não rendeu o esperado. Em 2018, dirigentes, jogadores e o técnico Oswaldo de Oliveira estão certos de que terão chance de trabalhar com mais tranquilidade e sem a pressão por resultados imediatos.

EXAMES A reapresentação da equipe será amanhã à tarde, na Cidade do Galo. Os atletas serão submetidos aos primeiros testes físicos e exames laboratoriais. A diretoria ainda deve resolver a situação de alguns jogadores que voltam de empréstimo, casos do lateral-direito Patric, que estava no Vitória, e dos atacantes Pablo, que disputou a Série B pelo CRB, e Henrique, depois de passagem pelo futebol búlgaro.

ESPELHADO NO TIMÃO

1) Ausência na Libertadores e foco no Brasileiro e na Sul-Americana

2) Grupo com poucas estrelas e ênfase no coletivo

3) Orçamento enxuto

4) Time longe dos holofotes da mídia e mais focado nas metas

5) Opção por jogadores voluntariosos, que se ajudam na marcação e no setor ofensivo

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