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'Dor de cabeça' antiga: entenda a dívida que teria se 'multiplicado' nove vezes e dificulta recebimento de milhões pelo Atlético

Clube alvinegro negocia com empresa para buscar acordo amigável

postado em 02/02/2018 10:35 / atualizado em 02/02/2018 10:37

Jorge Gontijo/EM/D.A Press
Em 1999, o Atlético tirava do Vasco aquele que viria a se tornar um dos grandes jogadores da história do clube. Guilherme, com 24 anos à época, deu resultado imediato. Marcou impressionantes 28 gols na campanha do vice-campeonato brasileiro daquela temporada. E o atacante seguiu entre os principais jogadores do time até 2003.

Mas nem tudo foram flores na operação financeira que possibilitou ao Atlético comprar os direitos econômicos de Guilherme. A contratação e a posterior renovação do contrato do jogador, além do dinheiro investido na aquisição do ex-zagueiro Cláudio Caçapa, ainda causam ‘dor de cabeça’ na diretoria alvinegra.

A WRV Empreendimentos e Participações, administrada por três empresários mineiros, garante ter emprestado R$ 7 milhões ao Atlético no final da década de 1990 para as negociações. Por conta disso, a empresa cobra o valor na justiça. Com as correções já aplicadas, o credor estipula que tem a receber do clube alvinegro R$ 64,3 milhões - valor nove vezes maior que o inicial.

Justamente por isso, o Atlético encontra problemas para receber dinheiro a que tem direito por conta de transferências de outros jogadores. Em 2017, o juiz Marco Aurélio Chaves Albuquerque, da 24ª Vara Cível de Belo Horizonte, determinou o bloqueio do depósito do São Paulo ao clube alvinegro referente à transferência de Lucas Pratto ao clube paulista.

Nessa terça-feira, o mesmo magistrado definiu que o Cruzeiro deve pagar em juízo os R$ 10 milhões de multa que o atacante Fred inicialmente devia ao Atlético por ter acertado a transferência ao rival. Outro pedido da WRV é que o clube alvinegro não receba supostos R$ 20 milhões a que teria direito sobre a venda de Lucas Pratto do São Paulo ao River Plate.

Negociações


Em meio a esse imbróglio, o presidente alvinegro, Sérgio Sette Câmara, se propôs a renegociar a dívida. Conforme apurou o Superesportes, o Atlético entende que o valor real é de cerca de R$ 37 milhões - R$ 27 milhões a menos que o cobrado pela WRV na justiça. A tendência é que seja feito um acordo amigável entre as partes.

"O que existe em relação à WRV é que, como venho fazendo com outros credores do Atlético, estive sentado com eles. Tivemos apenas um início de conversa. Esses valores que foram falados são abissais próximos daqueles que efetivamente são os que nós admitimos que possa ser um valor factível de pagamento. Diria que é muito, mas muito menos do que foi falado", disse o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, à Rádio Itatiaia. "A questão continua sub judice. Estamos iniciando uma conversa, vamos buscar um acordo. Houve um empréstimo em 2000, e durante esses 17 anos tiveram amortizações. Basicamente, o que vamos buscar é atualizar esse valor e, com o valor atualizado, vamos sentar com o grupo e construir um acordo que passe por um parcelamento em longo prazo", finalizou o dirigente.

"O presidente do Atlético, Sergio Sette Câmara, procurou a empresa WRV para celebrar um acordo, tendo em vista que o presidente do Atlético concorda com a existência da dívida. Segundo ele, a dívida atualizada seria de R$ 37 milhões, sendo que o valor atualizado exigido em cumprimento de sentença é de 64 milhões. Ficou ajustada uma reunião entre os contadores das partes para encerrar as possíveis divergências de valores", disse o advogado Carlos Alberto Arges, que representa a empresa no caso.

Eventual acordo facilitaria a vida do Atlético. Com o dinheiro bloqueado, o clube planeja pagar dívidas, de acordo com o próprio Sérgio Sette Câmara.

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