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Gambá, cobra, calango, sapo: veja quem são os atuais 'donos do terreiro do Galo'

Documento mostra animais que vivem na área onde vai ser construída a arena

postado em 12/09/2018 06:00 / atualizado em 12/09/2018 23:21


Antes de ser casa do Galo, o terreno situado no bairro Califórnia onde o Atlético vai construir a Arena MRV é morada de outros animais. O projeto ambiental do clube, apresentado ao poder público, revela as espécies que vivem naquele espaço. De posse desse documento, o Superesportes traz quem são os atuais 'donos do terreiro' alvinegro.

A empresa responsável pela elaboração do projeto ambiental para o Atlético esteve na área de construção do estádio no dia 28 de fevereiro. Os animais foram registrado em técnicas que envolvem a captura de imagens e apreensão sonora, entre outras. Segundo o documento, há répteis, anfíbios e mamíferos na área de preservação permanente (APP) e no pedaço de Mata Atlântica que compõem o terreno.



Um pequeno animalzinho de 13 centímetros é a figura ilustre da região. Trata-se do capacetinho-do-oco-do-pau (veja o vídeo). Ave pequena, de cerca de 13 centímetros, que corre risco de extinção. É um pássaro visto apenas no Brasil, nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. O capacetinho é considerado globalmente vulnerável pela perda do habitat natural. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Belo Horizonte, o Atlético ainda terá que elaborar um programa de proteção para a ave.

No curso d'água presente no terreno - duas nascentes e um leito de córrego -, há ocorrência de anfíbios e répteis considerados de espécies comuns.

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Foram dois os anfíbios encontrados: rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) e sapinho (Odontophrynus). Ambos são de ampla distribuição e abundantes em áreas brejosas.

No grupo dos répteis, há cobras. O indivíduo visto no terreno é conhecido como cobra-cega (estava morta, esmagada), que se alimenta de invertebrados, como insetos e larvas. A cobra é necessária para o controle populacional de outros animais e equilíbrio do ecossistema.

Outro réptil notado foi o calango (Tropidurus torquatus), comumente observado em espaços urbanos, sendo assim bastante popular.

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Em relação aos mamíferos, gambá e cachorro, presentes em grande número em cidades brasileiras, foram observados.

Segundo o relatório do Atlético, será necessário um programa de resgaste de animais desde a supressão vegetal até o início das obras.

A empresa que fez o projeto não encontrou peixes no local: “Dois fatores contribuem para a ausência de peixes: isolamento provocado pela canalização do córrego, quando encontra a cidade, e forte estiagem durante a seca”, diz o relatório do Atlético.

“O córrego apresentou água clara, rasa e inodora, com profundidade entre 10 e 20 com, com fundo lodoso avermelhado e lâmina d'água com película opaca. Em alguns trechos mais planos, o córrego se transforma em brejo com presença de muita vegetação sobre a lâmina d'água. Foi observada grande quantidade de lixo no entorno, com vestígio de queima. Não foi detectado despejo direto de esgoto no córrego”, diz relatório do Galo.

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Para que as obras do estádio comecem, o Atlético ainda precisa aprovar licenças na prefeitura de Belo Horizonte e no governo do estado de Minas Gerais.


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