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Vitória do Atlético no Mineiro? Entrevista pós-jogo de Levir já mostra foco total na Libertadores

Treinador alvinegro concentrou maioria das respostas no duelo contra o Danubio

postado em 02/02/2019 21:58 / atualizado em 03/02/2019 13:52

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

A entrevista pós-jogo seria sobre a vitória do Atlético por 2 a 0 sobre o Guarani, no Independência. Seria. A partida da quinta rodada do Campeonato Mineiro ficou de lado na maior parte das declarações do técnico Levir Culpi neste sábado. O assunto principal? A estreia na Copa Libertadores, marcada para esta terça-feira, às 19h15 (de Brasília).

Das 14 respostas do comandante alvinegro a perguntas de jornalistas, dez passaram, em algum momento, pelo duelo diante do Danubio, pela ida da segunda fase da competição continental. O jogo será no estádio Luiz Franzini, em Montevidéu, no Uruguai.

“Não posso cobrar muito de um time que já entra sem entrosamento e com três substituições. A responsabilidade é toda minha. Nós fomos bem. Nós merecemos a vitória (contra o Guarani). Jogamos com mais objetividade, fizemos gols bonitos. Alguns jogadores realmente estão mostrando que têm condições de jogar no Atlético. É um período de observações e de uma preparação para nossa viagem, o primeiro jogo no Uruguai”, disse Levir ao avaliar o rendimento do time alternativo que venceu o Guarani.

O comandante resolveu poupar jogadores da partida deste sábado. Afinal, a prioridade é o jogo no Uruguai. Enquanto os reservas jogaram à noite, os titulares treinaram normalmente na parte da manhã na Cidade do Galo. Durante a partida contra o Guarani, Levir também resolveu substituir o zagueiro Réver e o volante Adilson durante a etapa final. Tudo isso pensando no Danubio.

“Conversamos com o departamento médico, os fisiologistas, e achamos um tempo para eles jogarem hoje e se prepararem para o jogo de terça-feira. Há um tempo razoável de recuperação. Não é o ideal. Por isso eles não jogaram o tempo inteiro. O Réver principalmente, pois ele vinha de uma contusão. Os dois estão dentro lá no jogo do Danubio”, disse Levir.

Duelo contra o Guarani


No jogo do Campeonato Mineiro, Levir conseguiu observar jogadores que não costumam ter tantas oportunidades e alguns dos reforços contratados para a temporada. O lateral-direito Guga, com uma assistência, e o atacante Maicon Bolt, que fez o segundo gol, se saíram bem. O meia Vinicius, que estreou neste sábado, foi participativo.

Levir preferiu falar do desempenho coletivo da equipe. Segundo o treinador, a vitória foi merecida. A atuação, entretanto, foi comprometida em função da falta de entrosamento e das alterações promovidas durante a partida. Réver, Adilson e Bolt deram lugares a Matheus Mancini, Lucas Cândido e Alessandro Vinícius, respectivamente.

“De um modo geral, gostamos do resultado. Foi merecido. Tivemos o controle do jogo. Mas também tivemos um descontrole do jogo pelas substituições que fiz. O time já não é encaixado, e aí fui ajustando alguns jogadores, pois já tínhamos uns planos de mexer e de colocar outros jogadores que eu gostaria de ver jogando. Então, o time não ficou tão bem assim, mas mais por minha culpa. O time já não tem muito entrosamento, e aí você faz três substituições... No segundo tempo, nós procuramos administrar mais o resultado do que aumentar o resultado. Até tentamos, mas o time já não tinha um conjunto muito forte para pressionar o adversário”, concluiu.

Leia, na íntegra, a entrevista pós-jogo de Levir:

Vitória sobre o Guarani

De um modo geral, gostamos do resultado. Foi merecido o resultado. Tivemos o controle do jogo. Mas também tivemos um descontrole do jogo pelas substituições que fiz. O time já não é encaixado, e aí fui ajustando alguns jogadores, pois já tínhamos uns planos de mexer e outros jogadores que eu gostaria de ver jogando. Então, o time não ficou tão bem assim, mas mais por minha culpa. O time já não tem muito entrosamento, e aí você faz três substituições. No segundo tempo, nós procuramos administrar mais o resultado do que aumentar o resultado. Até tentamos, mas o time já não tinha um conjunto muito forte para pressionar o adversário.

Desempenho de Guga coloca dúvida sobre escalação no Uruguai?

Vou para o Uruguai com medo. Não tenho dúvida, tenho medo só. Porque o jogo é difícil. Sei como funciona a Libertadores, só que é como eu digo aos jogadores: o medo tem uma coisa interessante, porque ele te faz tomar atitude. O cara que não tem medo às vezes faz bobagem. Se ele não tem medo, ele não pensa em nada. Mas o medo é uma coisa interessante à vezes. Você reage com mais força para escapar de uma situação. Então, isso vai acontecer lá.

Time titular no Uruguai

O máximo que conseguimos treinar é a base que vocês viram, que ficou de fora hoje. A base que nós treinamos que foi de um jogo só, mas é a base que vai jogar, 10 ou 11 mesmo vão participar do jogo da Libertadores.

Desempenho de reforços e do time

Não posso cobrar muito de um time que já entra sem entrosamento e com três substituições. A responsabilidade é toda minha. Nós fomos bem. Nós merecemos a vitória. Jogamos com mais objetividade, fizemos gols bonitos. Alguns jogadores realmente estão mostrando que têm condições de jogar no Atlético. É um período de observações e de uma preparação para nossa viagem, o primeiro jogo no Uruguai.

Estilo de jogo do Danubio

Nós temos observadores, assim como eles têm, com certeza. Nós já analisamos algumas coisas. É claro que não há necessidade aqui de expor isso. O que eu posso te dizer é que jogar no Uruguai é decisão de campeonato. É tradição. Os uruguaios são ótimos, muito competitivos. É como Brasil x Argentina. Brasil x Uruguai é a mesma coisa. Nós sabemos disso. Então, espero uma situação física muito acirrada e estou só com poucas informações da resposta técnica e tática. Não temos muitas informações, mas o que foi possível nós observamos. Porque eles também jogaram pouco. Mas é time uruguaio. Falou em time uruguaio, o pau vai cantar. Vai ser um jogo de Libertadores mesmo.

Desempenho de Guga

Que engraçado, não é (risos)? Vocês participaram da campanha ‘Vamos trazer o Guga’? Foi isso? Não sei se vocês participaram (risos). É engraçado. Eu nunca vi num clube… É um dos poucos clubes que vejo uma empatia assim com um jogador que chegou. É engraçado. Não sei se há uma lacuna nessa posição, mas é impressionante… Eu falei com o pai dele, que foi meu jogador. Eu falei com o pai do Guga. A família, a namorada, a mãe, estavam aqui. Eles estavam felizes também, com a receptividade. Ele está muito bem. É um menino muito querido, realmente. E tem qualidades. Ele tem força, passa com tudo. É um cara que eu gosto muito. Mas vamos ver. Espero utilizá-lo bastante na temporada. Ele está demonstrando isso pelo menos.

Espírito do time no Uruguai

Não é o que aconteceu hoje. Seria isso. Não é o espírito que aconteceu hoje. Os jogadores se empenharam, mas não vai ser assim. Vai ser muito mais forte. As pegadas são muito mais fortes, os juízes apitam menos faltas, as bolas divididas… Acho que isso é que vai pesar. Além disso, temos informações de que, normalmente, eles costumam receber muito mal os clubes. É torcida pressionando, querendo entrar em vestiário, esse tipo de situação, pressão. Eu espero tudo. Também espero segurança e espero que nosso time esteja atento, porque condições para vencer nós temos. Libertadores é assim: quem quer vencer tem que ter esse espírito de luta.

Réver e Adilson jogam no Uruguai?

Sim. Conversamos com o departamento médico, os fisiologistas, e achamos um tempo para eles jogarem hoje e se prepararem para o jogo de terça-feira. Há um tempo razoável de recuperação. Não é o ideal. Por isso eles não jogaram o tempo inteiro. O Réver principalmente, pois ele vinha de uma contusão. Os dois estão dentro lá no jogo do Danubio.

Rotina de treino pela manhã com titulares e jogo à noite com reservas

É um lance esquisito, esse acúmulo de início de temporada, de Regional mais a Libertadores. Mas eu me sinto bem. A Marília (Culpi, esposa de Levir) não está por aqui. Eu estou sozinho (risos). Estou ficando com os jogadores, trocando ideia com o pessoal da comissão técnica, dormindo na concentração. Mas eu me sinto feliz, é um ambiente que me deixa tranquilo. Me sinto bem.

Escalação para jogo no Uruguai

Aquele time que jogou (o clássico contra o Cruzeiro) é a base do que vai jogar (contra o Danubio). Isso é certeza.

Hulk fora do jogo deste sábado e da lista na Libertadores

Foi uma decisão minha. Acho que ele (Hulk) ainda não está na preparação adequada para jogar um jogo da Libertadores. É uma posição que, na minha opinião, estamos carentes. Carentes não, porque nós temos o Fábio (Santos). E o cara é ótimo, dispensa comentários. Ainda temos a possibilidade de jogar o Patric pela esquerda. Mas eu acho que ele (Hulk) ainda é imaturo, no meu modo de entender, apesar de ser um bom jogador e de ter um bom futuro. Mas eu acho que para esse tipo de jogo nós precisamos de jogadores com mais experiência.

Decisão no Uruguai

Logo no início, terceiro ou quarto jogo, você decide o futuro do clube. Por isso que a situação é essa, delicada, mas é uma coisa emocionante. Isso que é bom do futebol. Vamos jogar no Uruguai. É jogo dificílimo, é Brasil x Uruguai. Está todo mundo animado, jogadores estão concentrados. Nós não temos ainda uma afinidade muito grande, mas vamos conseguir isso passando por essas pedreiras de jogar a Libertadores. Esse campeonato vai servir para unir muito o nosso grupo.

'Dobradinha' Guga-Maicon

Os dois (Maicon e Guga) são rápidos. O Bolt é velocista. É um cara agressivo, que vai ser muito útil. Tem estilo parecido com os jogadores que se dão bem no Atlético. Tomara que isso funcione. Nós vamos utilizá-los muito durante essa temporada.

Rendimento dos laterais Guga e Carlos César

Eu não estou tão encantado assim com os laterais como vocês (risos). Acho impressionante. Que coisa… O que vocês acharam desses laterais que eu não vejo? Que coisa incrível, cara. Os caras são bons mesmo. O Guga disputou a Série B pelo Avaí. Será que ninguém observou isso? Só o Atlético viu isso? Na verdade, os dois jogadores são confiantes. O Carlos César pode jogar nas duas laterais. O Guga é mais pela direita. Eu conto com os dois, tranquilamente. Estão fazendo parte do elenco e são ponta firme mesmo. Estou feliz com eles. Não tanto como vocês (risos). Eu gosto deles (risos). Eu queria dizer para vocês que eu gosto deles. Não fiquem magoados (risos).

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