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OPINIÃO

Análise: O camisa 10 que faltava ao Galo

Sampaoli pede à diretoria e não é atendido na contratação de um armador clássico. Nesse sentido, Alan Franco pode ser boa solução numa posição carente no grupo alvinegro

postado em 03/09/2020 22:20 / atualizado em 03/09/2020 23:28

(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Jorge Sampaoli quebrou a cabeça durante muitos jogos no Atlético. Na remodelada equipe que luta pelo título nacional, faltava aquele jogador para pensar o jogo. Função típica exercida pelo genial Cazares, hoje carta fora do baralho no grupo por causa dos atos de indisciplina. Mas outro equatoriano vem ganhando espaço na função de maior carência no grupo: Alan Franco.
 
Muito presente nas ações ofensivas contra o São Paulo, o jogador teve sua melhor atuação pelo Galo até o momento. Além dos dois gols, o camisa 21 teve sabedoria chegar à área adversária e carregar a bola com qualidade no tempo certo. Em pelo menos cinco oportunidades, ele chegou ao gol de Tiago Volpi em condições de finalizar.

Sampaoli já havia afirmado que usaria a criatividade para melhorar o potencial alvinegro ao improvisar atletas em outras funções. Se antes era algo pouco provável, a entrada de Franco com maior liberdade no meio-campo poderá ser o fiel da balança na equipe. O equatoriano já havia exercido a função diante do Tombense, na decisão do Mineiro, com boa atuação individual.

Por mais que o comandante solicite reforços à diretoria para o setor, esse tipo de característica está em falta no mercado. E talvez demore a chegar um jogador tal qual ele deseja. Nathan, titular da posição, não tem data prevista para retorno.

O Atlético literalmente também aprendeu com os erros dos últimos jogos. Se a equipe havia dominado o jogo contra o Botafogo, mas falhou nas finalizações, o duelo com o São Paulo foi uma mostra de que Jorge Sampaoli pode extrair muito mais de seus atletas. Em campo, um time com variações táticas diferentes, nova proposta de jogo – deixou de lado os toques rápidos e apostou muito na bola longa para enganar os marcadores do adversário – e letal nas conclusões.

A nova forma de jogar pode ser útil em jogos dentro e fora de casa, contra rivais que compactam muito o sistema defensivo. O que a torcida precisa entender é que, nessa estratégia, nem sempre a equipe será dominadora, terá volume de jogo ou produzirá número grande de finalizações. O time tem o dever de ser cirúrgico nas conclusões, algo que deu certo contra o tricolor do Morumbi.

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