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ASSÉDIO SEXUAL NO MINEIRÃO

Mineirão entregou imagens de assédio sexual às Polícias Militar e Civil

Torcedora atleticana Débora Cotta, de 25 anos, recebeu um beijo na boca à força durante partida contra o Corinthians

postado em 11/11/2021 20:08 / atualizado em 11/11/2021 20:26

(Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)


As imagens com o flagrante de assédio sexual sofrido pela torcedora atleticana Débora Cotta, de 25 anos, durante o jogo entre Galo e Corinthians, nessa quarta-feira (10/11), no Mineirão, já estão com as Polícias Militar e Civil - essa última investigará o caso .

Débora recebeu um beijo na boca, à força, enquanto comprava uma cerveja no intervalo da partida.

Em nota, a Minas Arena, gestora do Mineirão, informou que entregou às Polícias Militar e Civil as imagens do sistema interno de vigilância.

" O Mineirão informa que já entregou às autoridades policiais as imagens do circuito interno de vigilância para a apuração dos fatos relatados pela torcedora Débora Cotta, ocorridos na partida entre Atlético e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. O material foi disponibilizado para a Polícia Militar, ainda na noite de quarta-feira (10). Nesta quinta-feira (11), a Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, também fez uma solicitação formal das imagens. O fato aconteceu próximo a um bar do setor Amarelo Superior durante o intervalo da partida ".

A violência contra Débora Cotta ocorreu às 20h07 dessa quarta-feira, no nível amarelo, anéis de acesso 321 e 322 . O torcedor tinha cor parda, camisa do Atlético e bermuda. Apesar das imagens, ele não foi localizado.

Em sua nota, o Mineirão orientou torcedores a procurarem a equipe de segurança em casos de assédio ou importunação sexual. 

" Em caso de assédio ou importunação sexual dentro do estádio durante um jogo, o Mineirão aconselha que a torcedora procure a equipe de segurança ou a orientação de público, que vai lhe direcionar até o Jecrim, localizado próximo ao estacionamento G2, onde as autoridades competentes conduzirão a situação ".

Apesar disso, Débora Cotta disse que, após sofrer assédio no Mineirão, não recebeu o apoio que precisava. " Solicitei ajuda dos guardas do Mineirão, e a resposta que eles me deram foi: 'você tem testemunha? Onde está o cara?'. Falei para eles que ele tinha corrido e que eu precisava que eles fizessem algo. A resposta foi: 'procura a polícia'. Essa foi a assistência que o Mineirão meu deu. Descaso total. Algum tempo depois, eu chorando, desesperada, veio um guarda até mim e me levou até a polícia. Lá eu fiz o BO, e na mesma hora a polícia pegou as câmeras do Mineirão ", disse.

" Eles conseguiram resgatar as imagens do assédio. O policial que me atendeu foi o mesmo que atendeu ao caso de assédio da semana passada, no jogo do Galo e Grêmio, no qual o Mineirão teve o mesmo descaso com a moça assediada. Nunca tinha passado por algo assim, e não desejo isso pra ninguém. Estou com um sentimento que não sei explicar. E o descaso do Mineirão com essa situação me deixou pior ", acrescentou Débora.

No jogo contra o Grêmio, no dia 3 de novembro, a estudante Karinne Marques Guimarães , de 21 anos, também foi vítima de assédio sexual no Mineirão. De acordo com o Boletim de Ocorrência, ela estava na fila dos bares do setor superior vermelho quando um indivíduo alto, gordo, branco, de barba ruiva, boné preto, bermuda cinza e com aliança destacada no dedo anelar, aparentando ter mais de 30 anos, ficou muito próximo das costas dela, quase encostando. 
 
Karinne se afastou do indivíduo, mas ele foi atrás dela e voltou a ficar perto da torcedora. Foi quando ocorreu a violência. O ato foi presenciado por um casal. A segurança particular foi acionada e conteve o torcedor. Ele foi barrado pela vigilância, mas conseguiu se soltar e evadiu do local.

No início da noite desta quinta-feira (11/11), o Atlético emitiu um comunicado dando ciência à torcida das providências tomadas. Na nota (leia abaixo), o clube pediu que os torcedores denunciem caso presenciem casos de assédio nos jogos. 

Nota do Atlético


O Atlético manifesta absoluto repúdio aos casos de importunação sexual registrados nos últimos jogos no Mineirão.

O Clube irá atuar de forma contundente junto às autoridades e à segurança do estádio, no sentido de coibir essa prática e exigir punição aos infratores.

O Galo já se reuniu, na tarde de hoje, com representantes da Guarda Municipal; Polícia Civil (Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância - DEMID; e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher para iniciar uma campanha de conscientização sobre o tema.

Também conclamamos os torcedores para que estejam vigilantes e denunciem às autoridades de segurança os casos que testemunharem.

O Galo valoriza imensamente a presença cada vez maior das mulheres no estádio e entende que a festa da Massa nas arquibancadas tem que começar pelo respeito.

Importunação sexual é crime e não será tolerada.

Não é não!
Aqui é Galo!

Nota do Mineirão


O Mineirão informa que já entregou às autoridades policiais as imagens do circuito interno de vigilância para a apuração dos fatos relatados pela torcedora Débora Cotta, ocorridos na partida entre Atlético e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. O material foi disponibilizado para a Polícia Militar, ainda na noite de quarta-feira (10). 

Nesta quinta-feira (11), a Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, também fez uma solicitação formal das imagens. O fato aconteceu próximo a um bar do setor Amarelo Superior durante o intervalo da partida. Após o ocorrido, a torcedora foi encaminhada por um vigilante ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) do estádio.

O Mineirão reitera seu compromisso com a diversidade e a inclusão. O estádio promove a ação "Deixa Ela Trabalhar", pregando respeito às mulheres jornalistas, e mantém a hashtag da campanha (#deixaelatrabalhar) exposta na tribuna de imprensa.

Em 2019, o Mineirão lançou o "Repense", um convite a todos para que o estádio seja, cada vez mais, um ambiente acolhedor e agradável para as mulheres. É importante que denúncias sejam feitas para que o estádio leve ao conhecimento das autoridades policiais. 

Em caso de assédio ou importunação sexual dentro do estádio durante um jogo, o Mineirão aconselha que a torcedora procure a equipe de segurança ou a orientação de público, que vai lhe direcionar até o Jecrim, localizado próximo ao estacionamento G2, onde as autoridades competentes conduzirão a situação.


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