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CAMPEONATO BRASILEIRO

Cruzeiro x Atlético: Thiago Neves e Cazares buscam protagonismo no clássico

Apesar da oscilação de ambos na temporada, Thiago Neves e Cazares foram protagonistas nos confrontos entre Cruzeiro e Atlético pela Copa do Brasil e podem fazer a diferença neste domingo

postado em 09/11/2019 08:00 / atualizado em 08/11/2019 21:34

(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro e Bruno Cantini/Atlético)
A temporada de 2019 de Cruzeiro e Atlético tem sido de decepções dentro das quatro linhas e campanhas que não têm agradado em nada às torcidas neste Campeonato Brasileiro. O desempenho coletivo acabou afetando indiretamente também dois dos principais talentos individuais das equipes, os camisas 10 Thiago Neves e Cazares, que têm como desafio nesse restante de ano colocar fim à oscilação para voltarem a fazer a diferença. Ainda que estejam em baixa tecnicamente, carregam a maior chance de mostrar algo diferente no clássico deste domingo, às 16h, no Mineirão, em jogo importante para as equipes na luta contra a ameaça de rebaixamento.

O questionamento em torno do rendimento de ambos foi tanto que eles inclusive foram barrados em certos momentos da temporada. Por causa da instabilidade na equipe, Thiago Neves perdeu espaço no curto período em que Rogério Ceni dirigiu a Raposa, o que causou polêmica. Ele se viu envolvido até na demissão do treinador com pouco mais de um mês de trabalho, o que nega veementemente. Alvo de críticas dos torcedores em quase todos os jogos, Cazares também passou pelo banco de reservas em várias partidas sob o comando de Rodrigo Santana, colocando em xeque seu prestígio no time alvinegro.

Mas, no duelo no Mineirão, a expectativa é que ambos façam a diferença. No caso de Thiago Neves, ele deu o cartão de visitas logo no primeiro clássico, em 2017, pelo Mineiro, quando abriu o caminho para a vitória por 2 a 0. No ano seguinte, marcou sobre o maior rival em novo 2 a 0, só que pela final do Estadual. E este ano foi fundamental nos 3 a 0 no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, tendo marcado gol e dado assistência.

Isso não impediu que fosse tratado com desconfiança por alguns. Os críticos alegam que ele não tem conseguido ser efetivo na criação das jogadas e finalizações e deixa a desejar na recomposição da defesa, como ocorreu no empate por 1 a 1 com o Internacional, quando perdeu a bola no meio e possibilitou a criação da jogada na qual o Colorado abriu o marcador.

(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Os companheiros, porém, continuam depositando toda confiança em Thiago Neves, assim como o técnico Abel Braga, que trabalhou com ele no Fluminense. “Ele sempre foi importante, já vivenciou várias situações na carreira, inclusive em outros clubes. Então, em momento difícil, ele pode nos ajudar muito, é importante para qualquer equipe ter referência como ele”, afirma o goleiro Fábio.

Temporada difícil

Cazares foi decisivo na conquista do Campeonato Mineiro de 2017 com atuações diferenciadas nos clássicos com o Cruzeiro nas finais. Este ano, o equatoriano de 27 anos se tornou um dos principais nomes na vitória por 2 a 0 no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, numa partida em que a classificação não veio, mas foi uma das melhores atuações alvinegras em 2019.

Tem sido um ano nada fácil para Cazares. Além dos fracassos com o Galo, ele recentemente se envolveu num escândalo em que foi acusado de agredir duas mulheres numa festa em sua casa – posteriormente, por falta de provas, o jogador acabou inocentado. Logo depois, foi multado por chegar atrasado num treino na Cidade do Galo, perdendo espaço no time titular. Mesmo que a equipe tenha jogado bem na vitória sobre o Goiás, no Mineirão, no meio de semana, o armador deixou o campo vaiado ao ser substituído por Bruninho depois de sentir cãibras.

(Foto: Bruno Cantini / Atletico)

“O Cazares é um jogador diferente, um cara de muita técnica, que enxerga muito o jogo. Ser vaiado atualmente no futebol, seja no Atlético, no Cruzeiro ou em outros times, não é sinônimo de muita coisa, pois todos são vaiados. Essa intolerância no futebol faz com que os torcedores exijam demais deles, muitas vezes com razão, outras não. Não estou aqui para questionar as vaias. Elas se tornam importantes dentro de um contexto. Mas no caso específico de um atleta, quando o time está ganhando, a gente espera que ele seja aplaudido”, afirmou o técnico Vagner Mancini.

Em relação à postura tática, o treinador entende que o camisa 10 vem cumprindo o que está sendo pedido: “Cazares entrou no jogo, fez aquilo que eu esperava. A partir do momento que sentiu o cansaço, pediu para sair. Ouvi algumas vaias, mas vi muita gente batendo palma. Temos que valorizar o torcedor que bate palma, porque senão ficamos com impressão de que eles estão contra a gente. Esperamos, não nesse caso do Cazares ou em outros, que o torcedor se veja representado pelo Atlético dentro de campo”.

OUTROS CAMISAS 10 NO SÉCULO 21

CRUZEIRO

Alex (2001 e 2002 a 2004)
Para muitos, incluindo Dirceu Lopes, o melhor jogador que já envergou a emblemática camisa 10 celeste. Comandou a equipe na conquista da Tríplice Coroa, como foram batizadas as conquistas de 2003: Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Refinado, era goleador e também criador de jogadas

Montillo (2010 a 2013)
Chegou no meio de 2010 e logo se tornou o destaque do time, que terminou vice-campeão brasileiro, sendo eleito o craque do torneio. No ano seguinte, alternou bons e maus momentos, como toda a equipe, e ajudou a evitar o rebaixamento no Nacional. Depois de temporada sem brilho em 2012, foi para o Santos, ajudando o clube financeiramente

De Arrascaeta (2015 a 2018)
Depois de se destacar no modesto Defensor-URU, chegou em 2015 e demorou um pouco para se adaptar. A partir de 2016, assumiu o protagonismo e foi importante para que o clube não sofresse no Brasileiro. Seguiu como um dos principais jogadores do time bicampeão da Copa do Brasil, mesmo com a chegada de Thiago Neves

ATLÉTICO

Ramon Menezes (2000 a 2002)
Primeiro grande camisa 10 alvinegro do século 21, fez quatro gols em clássicos e se tornou campeão estadual em 2000, depois de passar pelo Cruzeiro nas semifinais

Ronaldinho Gaúcho (2012 a 2014)
Ídolo da conquista da Libertadores de 2013, o craque deixou seu nome marcado num clássico de 2012 (empate por 2 a 2), quando marcou gol antológico no Horto. Também deixou sua marca de pênalti, garantindo o título mineiro de 2013

Dátolo (2013 a 2016)
Entre todos os clássicos que o argentino disputou, um se destaca: o primeiro da decisão da Copa do Brasil de 2014, quando marcou um dos gols da vitória por 2 a 0, que abriu a vantagem significativa para o jogo de volta, no Mineirão

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