De Mendoza a Belo Horizonte, cerca de 3.600 km. Na excursão de ônibus, os primeiros problemas começaram cedo, como relata Guevara Rodri, que viajou ao lado de vários integrantes da torcida do Godoy Cruz, inclusive o amigo Federico Castro.
“Tivemos muitos problemas. O ônibus quebrou algumas vezes. Tivemos que ficar parados um tempo grande por causa de neve na Cordilheira dos Andes. Nevou muito, ficamos com medo de não parar e a gente ter que voltar para casa. Mas deu certo, conseguimos chegar ao Brasil, passamos pelo Rio de Janeiro e depois chegamos a Belo Horizonte”, relatou ao Superesportes.
Federico disse que não deu para conhecer muito da cidade. “Chegamos muito em cima da hora. Fui ao hotel em que o Godoy Cruz estava, cantamos muito lá, apoiamos o time”, completou. Os argentinos fizeram festa no Hotel Ouro Minas, onde a equipe estava concentrada para o confronto.
Quem conseguiu conhecer um pouco mais da cidade foi Antonella Restiffo, que veio ao Brasil de avião com a filha Julia Maldonado, de apenas dois anos. Ela conta que conheceu alguns pontos de Belo Horizonte. “Visitei a Praça da Liberdade, passeamos em um shopping. Vamos embora apenas na tarde desta quarta, então vai dar para conhecer mais de BH”, relatou.
Problemas na entrada
Os argentinos vieram para Belo Horizonte em grupos de amigos e famílias. Várias crianças foram vistas na torcida do Godoy Cruz. No entanto, quando chegaram ao Horto, se depararam com um problema: o preço de R$ 140 por ingresso, sem a opção de meia-entrada. Como é lei no estado, todo torcedor, não importa a idade, tem que entrar no estádio pagando pelo bilhete.
O problema foi maior com a família de Jimena Gomez e seu filho, Feliciano Gomez, de apenas seis meses. A torcedora veio para BH com vários parentes e não estava preparada financeiramente para comprar ingresso para o bebê.
Depois de vários argumentos com policiais e responsáveis pelo estádio, a frustração. A família de Jimena teria de pagar para Feliciano entrar no Independência. “É absurdo pagar R$ 140 por um ingresso para um bebê de apenas seis meses. Na Argentina, não cobram ingressos até três anos. Entendemos que tem de pagar, mas poderia ser metade. Isso é absurdo”, relatou a mãe.
Desesperados e depois de muito choro, o final feliz. Um torcedor do Godoy Cruz, que não quis se identificar, disponibilizou um dos ingressos que tinha em mão para que a torcedora pudesse entrar com o pequeno filho no estádio.