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'Fora de série', Bruno Silva puxa fila de reforços e simboliza mudança de estratégia do Atlético na base

Clube vai investir mais em reforços prontos para as categorias inferiores, mas gastos não serão tão elevados como o valor estipulado para contratar em definitivo o atacante emprestado pela Chapecoense

postado em 29/06/2019 07:00 / atualizado em 28/06/2019 20:03

<i>(Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)</i>

As chegadas ao Atlético de Rui Costa e Júnior Chávare, respectivamente diretor de futebol e coordenador das categorias de base, marcam um novo tempo para as divisões inferiores do clube. Em conjunto, eles trabalham em um projeto para contratar jovens jogadores em reta final de formação. Assim, os atletas poderão ser aproveitados mais rapidamente no profissional. O primeiro nome dessa lista é o atacante Bruno Silva, emprestado pela Chapecoense.

Rui Costa considera a contratação do jovem um grande negócio. Durante sua passagem pela Chape, o dirigente participou da promoção e assinatura do primeiro contrato de Bruno Silva, de 19 anos. Ao fim do empréstimo, em dezembro de 2020, o Atlético poderá comprar 50% dos direitos econômicos do jogador por R$ 2,5 milhões.

Segundo o diretor de futebol atleticano, o atacante sabe que ainda não está pronto para o profissional – no Galo, será integrado ao Sub-20. Com a camisa da Chape, foram 54 partidas e dois gols marcados. “O Bruno Silva é um desses casos, não me interpretem mal, de ‘deformação’. É um jogador que rapidamente ascendeu, jogou Libertadores, Campeonato Brasileiro... Eu fiz o primeiro contrato dele, tivemos assédio de clubes portugueses, milhões envolvidos. De alguma forma, ele não estava preparado para isso. Agora, com muita humildade, ele vem para o Sub-20 do Atlético porque entendeu que precisa se formar. Vamos preparar este atleta para quem sabe ser, daqui a seis meses, um ano, ou dois, um dos grandes jogadores do futebol brasileiro no Atlético. Ou não, vamos nos dar conta de que ele não conseguiu atender às metas que vamos estabelecer na base”, comenta Rui Costa.

Teto de gastos


Gastar R$ 2,5 milhões por um jovem jogador não será rotina no Atlético. O clube não vai trabalhar com um teto fixo para reforçar a base, mas pretende fazer investimentos mais baixos. De acordo com Rui Costa, o caso de Bruno Silva é específico e será absorvido pelo orçamento do futebol profissional. O dirigente diz ainda que o clube está contratando mais jogadores com direitos fixados em valores bem inferiores ao acordado com a Chapecoense.

“Não há um teto de gasto para contratar jogadores para a base. O Bruno Silva é um caso de transição. O custo mensal do Bruno não vai ficar na base, vai ficar no profissional. O salário do Bruno é baixo, mas é acima do padrão da base. Dentro da política orçamentária, ele vem para o meu centro de custo, mas estará na base. Vamos trazer três ou quatro jogadores que a opção de compra de 70% é de R$ 150 mil. Esse valor é porque vimos coisas que ninguém viu. Temos uma capacidade de negociação muito boa na base. E não é o Rui que está negociando, é o Júnior, que tem um conhecimento prévio, um banco de dados”, completou. Nessa sexta-feira, o clube contratou dois jovens nessas condições: o meia Thales, de 20 anos, e o atacante Luciano, de 19. Os dois foram emprestados pelo Tubarão, de Santa Catarina.

O dirigente atleticano afirmou ainda que o valor de uma futura transação de Bruno Silva é alto porque vê o jogador como um 'fora de série'. Rui Costa acredita que esse tipo de exceção pode ocorrer mais vezes nos próximos meses, mas que a média de gastos não será tão alta.

“O Bruno está fora do padrão normal, já jogou Libertadores, disputou competições importantes. Mas a média de gasto vai ser de R$ 150 mil, R$ 200 mil, R$ 300 mil. A exceção é quando você traz um jogador fora de série, como acho que é o Bruno. Se ele colocar a cabeça no lugar e entender a oportunidade que a vida está lhe dando, vocês vão ver que ele vai revelar muita coisa boa.”

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