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Diretor do Atlético sai em defesa de Dudamel após vexame e garante continuidade do trabalho

Rui Costa reconheceu 'situação vergonhosa' vivida pelo clube na temporada, mas diz que avaliação definitiva do treinador é 'prematura'

postado em 27/02/2020 01:28 / atualizado em 27/02/2020 02:06

(Foto: Bruno Cantini/Atlético)

Pressionado pelas duas eliminações vexatórias do Atlético nesta semana, o técnico Rafael Dudamel está mantido no cargo. O treinador foi defendido por Rui Costa, diretor de futebol do alvinegro, depois da derrota nos pênaltis para o Afogados da Ingazeira (7 a 6 nas penalidades após 2 a 2 no tempo normal), de Pernambuco, em duelo válido pela segunda fase da Copa do Brasil. Após a catastrófica queda no torneio nacional, o dirigente revelou o tom da conversa no vestiário com o comandante. Horas depois do resultado negativo, Dudamel, Rui Costa e o gerente de futebol Marques foram desligados do clube. 

“Falamos do jogo, do que aconteceu, do que tem que acontecer, do trabalho que temos que fazer a partir de hoje”, disse Rui Costa, afirmando que não é momento de fazer uma avaliação definitiva do trabalho do venezuelano no Galo.

“Toda semana eu faço reunião com o presidente. Os resultados não são satisfatórios, mas acho prematuro fazer uma avaliação tão definitiva do treinador neste momento de derrota. É a segunda eliminação prematura do Atlético. E isso é preocupante. Preocupa a ele (Dudamel), a todos nós, ao presidente. Os resultados não são satisfatórios. Não somos protagonistas no Campeonato Mineiro. E essas duas eliminações nos apontam que algo tem que ser feito. Fazer uma avaliação do trabalho do Dudamel neste momento, de forma tão definitiva, eu acho prematuro”, disse.

Rui Costa elogiou o estilo do técnico Rafael Dudamel. O dirigente afirmou que o venezuelano é muito estudioso e obcecado pelo trabalho. Ele acredita que o treinador entende a grandeza do Atlético. 

“Acho que é um processo diário de convívio. Convivemos mais entre nós do que com nossos familiares. O que posso dizer é que o Dudamel é obcecado por trabalho, ele quer vencer no Atlético como todos nós. Ele está se adaptando a treinar um clube numa liga tão importante como a nossa, com essa quantidade de jogos. Mas o que eu vejo é muito trabalho, muita obsessão pelo detalhe. E, na busca por esse detalhe, você repete muitas vezes as coisas, tem uma postura mais de disciplina. Mas não foi isso que fez que a gente tivesse uma atuação e uma desclassificação que envergonha a todos nós. É uma adaptação constante, ele se adapta ao clube, o clube se adapta a ele. Ele entende a grandeza do Atlético, sabe que é mais fácil ele se adaptar ao clube do que o contrário. Mas o que eu vejo até o momento é que ele é obcecado pelo trabalho”.

Constrangimento

Rui Costa também revelou o tom da conversa com os jogadores do Atlético no vestiário do estádio Vianão, em Afogados da Ingazeira. O diretor de futebol diz que a palavra constrangimento foi utilizada por líderes do elenco. O próprio dirigente afirma que foi uma desclassificação vergonhosa.

“São várias consequências, todas elas difíceis de serem administradas, mas que exigem coragem, serenidade e entender o que o momento nos exige. Eu não posso ser cuidadoso com as palavras. Tivemos uma desclassificação vergonhosa. Em cima desse processo de constrangimento, que foi dito pelos líderes no vestiário, temos que buscar meios e forças para reverter isso. Agora, dizer que temos que mandar embora jogadores neste momento, acho que é um gesto de covardia. Temos que entender que é com esse grupo que vamos contar, mas ainda temos jogadores para estrear, como é o caso do Tardelli, que certamente vai agregar muito para nós. Mas falar mal do elenco neste momento é um gesto que não faço e não vou fazer em nenhum momento para agradar ou ter o ibope melhorado. A responsabilidade é de todos nós, minha também, e sabemos a gravidade desse momento”, concluiu.

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