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'Operação de guerra': como o Atlético mandou 91 jovens da base para casa em 72 horas

Por conta da pandemia do novo coronavírus, clube custeou ida para casa dos 91 atletas que moram na Cidade do Galo

postado em 23/03/2020 16:10 / atualizado em 23/03/2020 16:28

(Foto: Divulgação/Atlético)

Por conta da pandemia do novo coronavírus, o Atlético montou uma ‘operação de guerra’ para mandar para casa todos os jovens jogadores da base que moram na Cidade do Galo. A partir da confirmação da paralisação de todos os campeonatos, o clube conseguiu resolver a situação dos 91 atletas que vivem no CT em cerca de 72 horas.

De acordo com o clube, os garotos são de 12 estados diferentes do Brasil. Coordenador das categorias de base do Atlético, Júnior Chávare explicou ao Superesportes como foi toda a operação.

“Na sexta-feira (13), estávamos muito alertas, porque as categorias de base do Atlético iriam jogar competições. O sub-17 viajaria e ficaria uma semana no Rio de Janeiro para jogar contra Botafogo e Vasco pelo Campeonato Brasileiro, enquanto o sub-20 enfrentaria o Gama pela Copa do Brasil. Nossa preocupação era muito grande, porque a gente estava prevendo que a pandemia iria se instalar no país. O processo teve alguns pontos”, disse o dirigente.

Chávare afirmou que as participações do presidente Sérgio Sette Câmara e do diretor de futebol Alexandre Mattos foram fundamentais para um movimento que paralisou os jogos de base em todo o país.

“O primeiro de todos: a presença contundente e eficaz do presidente Sérgio Sette Câmara que, após nossa conversa, capitaneou junto a inúmeros outros presidentes de clubes do Brasil, um movimento para que as competições de base fossem paralisadas. Depois, isso acabou se estendendo para todas as competições. Ele foi fundamental nessa largada, no dia 13, dia 14, juntamente com a chegada de nosso executivo, o Alexandre Mattos, que comprou a briga conosco”.

Ao ter certeza que os jogos seriam paralisados, os dirigentes alvinegros começaram a traçar planos para enviar todos os atletas para as suas residências. De acordo com Júnior Chávare, alguns clubes queriam manter os seus jovens jogadores nos alojamentos, postura contrária ao pensamento da diretoria do Atlético.

“Naquele mesmo fim de semana, começamos a articular os procedimentos que o Atlético faria a partir do dia 16 (segunda-feira). O Atlético foi um dos primeiros clubes a informar que todos os atletas alojados voltariam para as suas residências. Tivemos essa iniciativa, porque julgamos que era muito importante os atletas estarem junto aos seus familiares. Naquele instante, tinha uma duplicidade de informações. Muitos clubes achavam que os garotos ficariam alojados, enquanto nós, através de nossa diretoria, fincamos os pés que eles deveriam voltar”.

A partir daí, o Atlético passou a traçar um planejamento para comprar passagens para todos os garotos. “A segunda parte vital desse processo foi o nosso CEO, Plínio Signoriri, juntamente com toda nossa área de logística, que é exemplar, que a liberação da verba para a aquisição de 91 passagens para todos os atletas voltarem para casa. Conseguimos que todos conseguissem embarcar em até 72 horas”, destacou Chávare.

(Foto: Divulgação/Atlético)

O coordenador das categorias de base do Atlético afirmou que foi uma verdadeira ‘operação de guerra’ para enviar os garotos para casa. O dirigente informou que todos eles viajaram com proteção individual e lanches.

“O terceiro ponto que temos que destacar é nosso setor psicossocial. Temos coordenadora, assistente social, pedagoga e psicóloga. Foi feita uma operação de guerra para que cada um dos atletas conseguisse embarcar, todos portando equipamento de proteção individual, lanches para a viagem. Demos todas as condições para que os atletas fossem para suas residências. Foram 72 horas para colocar os 91 jogadores, de 12 estados diferentes do Brasil, em casa e com todos os custos pagos pelo Atlético”.

Postura do Atlético

Júnior Chávare afirmou que alguns clubes do futebol brasileiro não tiveram condições de custear as passagens para que todos os atletas de base voltassem para suas residências. O dirigente disse que o clube, em momento algum, abriu mão de dar condições aos jogadores.

“A gente acompanhou que, boa parte dos clubes, acabou não conseguindo fazer isso. Tiveram que contar com atletas comprando suas passagens, com outros colaboradores, empresários. A gente achou que era imprescidível dar as condições para os atletas voltarem”, concluiu.

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