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Sette Câmara nega 'guerra' com Kalil no Atlético, mas admite 'diferenças em algumas questões'

'Temos diferenças em algumas questões, em modo de pensar. Ele tem todo o direito de pensar diferente de mim, como também eu dele', disse Sette Câmara

postado em 04/05/2020 10:59 / atualizado em 04/05/2020 12:01

(Foto: Alexandre Guzanshe / EM DA PRESS)

O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, disse que não está em 'pé de guerra' com o prefeito de Belo Horizonte e ex-mandatário do Galo, Alexandre Kalil. Sette Câmara, contudo, admitiu que tem "diferenças com Kalil em algumas questões e no modo de pensar".

"Em tempo de coronavírus, a gente vê que as pessoas ficam buscando algum assunto pra ter o que dizer. Eu não tenho absolutamente nenhum tipo de briga com o Alexandre Kalil. Tenho respeito por ele, é o prefeito da cidade, está passando por um momento difícil como gestor, como todos os governantes. Tem inúmeros problemas da cidade para cuidar. Temos diferenças em algumas questões, em modo de pensar. Ele tem todo o direito de pensar diferente de mim, como também eu dele. Isso não significa dizer que estejamos em pé de guerra, como foi colocado", frisou o mandatário alvinegro, em entrevista ao canal Fox Sports.

Dívida de Maicosuel


O cenário político do Atlético foi marcados por troca de cutucadas entre Alexandre Kalil e Sérgio Sette Câmara na última semana. O clima esquentou de vez entre eles após o pagamento da dívida pela contratação de Maicosuel, efetuada pelo ex-presidente, em 2014, e quitada na última segunda-feira. O atual mandatário vem criticando constantemente os gastos e falta de responsabilidade do ex-aliado.

Em live, Kalil chegou a responder e afirmou que nunca precisou pedir caridade de ninguém para pagar as contas no Atlético (Sette Câmara contou com ajuda da MRV Engenharia e do Banco BMG para pagar R$ 13,4 milhões e quitar a dívida pelo meia). 

Em entrevista à ESPN, Kalil aproveitou para criticar a publicação de Sérgio Sette Câmara no Twitter, que fez um agradecimento público aos donos da MRV e do BMG. 

“Aquilo foi uma jogadinha. Muito obrigado e tal. Obrigado o quê? É de graça? Então fala: 'Está doado'. É isso que eu fiquei com raiva. Jogou o Maicosuel no meu colo? Que isso?! Vamos respeitar! Obrigado é quando papai me dava mesada. Não tem obrigado, não”. 

Sette Câmara disse que não teria como fazer o pagamento sem o auxílio financeiro dos empresários e voltou a elogiar Rubens Menin (MRV) e Ricardo Guimarães (BMG). 

"A única coisa que poderia se dizer que eu coloquei publicamente foi a questão do Maicosuel, que nossos fervorosos amigos atleticanos, apaixonados, Rubens Menin, Rafael Menin e o Ricardo Guimarães vieram nos socorrer em um momento desses, de Covid. Eu também sempre utilizei recursos do clube, eu também faria provavelmente algum tipo de operação de antecipação de receita de televisão, mas, durante a Covid-19, isso não foi possível. Não tínhamos futebol, não tínhamos nada. E, nesse caso, longe de ser caridade. Acho que eles foram apaixonados", frisou Sette Câmara.

"Tenho absoluta certeza de que, se eles não tivessem comparecido, não teríamos como viabilizar esse pagamento, e o Atlético certamente teria sofrido uma punição. E eu realmente fiquei muito preocupado, chateado, porque não temos como fazer futebol mantendo uma situação dessa de coronavírus, com salários em dia, se toda hora aparece uma dívida do passado. Não estou dizendo especificamente que seja dele, mas a gente tem que tentar minimizar isso", acrescentou o atual mandatário do Galo.

Racha político

O racha político no Atlético foi exposto no fim do ano passado. Incomodado, Alexandre Kalil não compareceu à eleição para presidência do Conselho Deliberativo, que elegeu Castellar Guimarães, seu aliado, como presidente. 

Kalil deu a entender que não ficou satisfeito com a aproximação de Sérgio Sette Câmara com Ricardo Guimarães, seu grande desafeto político no clube. 

Além disso, o atual presidente começou a afastar da diretoria pessoas próximas a Kalil. Isso gerou incômodo nos bastidores.

A situação piorou neste ano. Guimarães pediu a Sérgio Sette Câmara a demissão do médico Felipe Kalil, filho de Alexandre. O atual presidente se mostrou contra, assim como Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente, e Castellar Guimarães.

Incomodado com a situação, Felipe Kalil oficializou o pedido de demissão junto à diretoria do clube. Sette Câmara tentou reverter a situação, mas o médico se mostrou irredutível. 

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