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Em reunião virtual, Conselho Deliberativo aprova balanço do América de 2019

Clube registrou déficit superior a R$ 17,5 milhões no ano passado

postado em 29/07/2020 08:00 / atualizado em 29/07/2020 09:53

(Foto: Divulgação/América)
Em reunião virtual na noite dessa terça-feira (28), o Conselho Deliberativo do América aprovou o balanço financeiro de 2019. Segundo o documento publicado em 30 de abril, o clube registrou déficit de R$ 17.545.238,00.

Comandada por Márcio Vidal, presidente do órgão, a videoconferência contou com as presenças de Marcus Salum, Marco Antônio Batista, Dower Araújo e Anderson Racilan, integrantes do Conselho de Administração.

O balanço pôde ser votado quase 90 dias depois da publicação graças à Medida Provisória nº 931 do Governo, de 30 de março de 2020.

A alteração da lei permitiu estender de quatro para sete meses o prazo de realização de assembleia geral ordinária de sociedades anônimas, limitadas e cooperativas, além de associações civis.

Após a apreciação das contas, a diretoria enviou aos conselheiros a apresentação do projeto clube-empresa. A condução da etapa foi feita por profissionais da EY Sports.

De acordo com o América, o material com os detalhes da proposta será disponibilizado nesta quarta-feira para imprensa e torcedores por meio do site oficial do clube.

Números


O déficit de R$ 17.545.238,00 do América em 2019 foi fruto de uma queda de arrecadação devido ao rebaixamento do time da Série A para a B. Em 2018, o prejuízo havia sido de “apenas” R$ 3.836.238,00.

Conforme o demonstrativo, a receita do América caiu de R$ 56.689.030,00, em 2018, para R$ 30.812.408,00, em 2019. A baixa se deu principalmente pela diminuição de 70% de receitas de TV: R$ 36.280.401,00 para R$ 10.371.393,00.

Por outro lado, o Coelho reduziu em quase R$ 15 milhões seus custos e despesas: de R$ 57.620.182,00 para R$ 42.691.219,00.

Dívidas


Em estudo publicado nessa terça-feira (28), o Itaú BBA arredondou a dívida do América em R$ 84 milhões, sendo R$ 40 milhões de impostos, R$ 22 milhões em “dívida onerosa” e R$ 22 milhões em “dívidas operacionais”.

A análise verificou que o débito geral americano em 2013 era de R$ 42 milhões - a metade do valor atual.

Houve crescimento nos dois anos seguintes - R$ 50 milhões, em 2014, e R$ 71 milhões, em 2015. Em 2016 e 2017, o clube conseguiu enxugar para R$ 60,3 e 55,2 milhões.

No entanto, as duas temporadas recentes ficaram marcadas por novas altas, atingindo R$ 67 milhões, em 2018, e R$ 84 milhões, em 2019.

Acesso é fundamental


Para a viabilidade econômica do América, o banco considerou primordial o acesso à elite nacional, visto que as receitas de TV crescem significativamente na primeira divisão. Em 2016, o clube faturou R$ 49 milhões nesse quesito. Em 2018, o valor ficou na casa de R$ 36 milhões.

Como comparação, em 2017 e 2019 o América recebeu “apenas” R$ 10 milhões relativos a direitos de transmissão, contando Campeonato Mineiro e Série B do Brasileiro.

Projeção para 2020


Na previsão orçamentária de 19 de fevereiro, antes da pandemia de COVID-19 no Brasil, o América calculava uma receita líquida de R$ 35,68 milhões em 2020 (R$ 37,1 milhões brutos), ante um custo geral de R$ 35,3 milhões. O superávit, portanto, seria de R$ 388 mil.

Com os impactos econômicos do novo coronavírus, o clube admitiu perder de 15 a 30% do orçamento inicial, fechando o ano entre R$ 26 e R$ 31 milhões. A declaração foi dada pelo ex-superintendente geral Paulo Assis em entrevista ao Superesportes publicada no dia 11 de junho.

O Itaú calculou cenário ainda mais complicado, prevendo queda de R$ 30,8 milhões, em 2019, para R$ 17,7 milhões, em 2020. Para o banco, o América terminará o ano com prejuízo de 17,8 milhões, a menos que reduza ainda mais os gastos e consiga negociar direitos econômicos de jogadores “acima do valor projetado”.


(Foto: Reprodução)

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