A Copa do Mundo de 1978 ficou marcada por uma grande polêmica. Embalada pelo artilheiro Mario Kempes, a Argentina - dona da casa e campeã - só conseguiu avançar à final e, consequentemente, eliminar o Brasil ao atropelar o Peru por 6 a 0 no último jogo da segunda fase. O jogo ainda levanta suspeitas. Afinal, o time dirigido por César Menotti entrou em campo já sabendo quantos gols deveria marcar para superar o saldo do principal rival.
O Monumental de Nuñez foi o palco da decisão, quando a Argentina venceu a Holanda por 3 a 1. Os gols de Kempes (dois) e Bertoni coroaram uma campanha um tanto quanto irregular.
Os donos da casa passaram em segundo na primeira fase, em um grupo que ainda tinha Itália (líder), França (3º) e Hungria (4º). Em seguida, a Argentina venceu a Polônia e empatou por 0 a 0 com o Brasil. Os três times chegaram à última rodada com chances de classificação à final. Os dois jogos, entretanto, não foram realizados no mesmo momento. Após o triunfo da Seleção por 3 a 1 sobre os europeus, os donos da casa sabiam que precisavam de uma vitória por quatro gols de diferença sobre o Peru.
Os donos da casa passaram em segundo na primeira fase, em um grupo que ainda tinha Itália (líder), França (3º) e Hungria (4º). Em seguida, a Argentina venceu a Polônia e empatou por 0 a 0 com o Brasil. Os três times chegaram à última rodada com chances de classificação à final. Os dois jogos, entretanto, não foram realizados no mesmo momento. Após o triunfo da Seleção por 3 a 1 sobre os europeus, os donos da casa sabiam que precisavam de uma vitória por quatro gols de diferença sobre o Peru.
E conseguiram. As suspeitas pelo resultado de 6 a 0 recaíram sobre Ramón Quiroga, goleiro da Seleção Peruana nascido em Rosário, na Argentina. O arqueiro, entretanto, rebateu as acusações durante uma entrevista ao jornal La Nación. Segundo ele, a delegação visitante recebeu a visita de militares argentinos antes do duelo. Entre os ‘visitantes’ estava o ditador Jorge Videla.
Momento político
Após anos de tentativa, a Argentina finalmente ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo. O cenário vivido pelo país, entretanto, era caótico. A sangrenta ditadura militar, iniciada em 1966, vitimara milhares de pessoas.
Os comandantes do regime tratavam o Mundial como uma forma de promover o país diante da conturbada situação política. Apesar disso, a organização do torneio recebeu severas críticas. Os principais motivos foram o atraso na conclusão das obras dos estádios e as condições dos gramados.
Enquanto isso, o Brasil ainda vivia duros anos de ditadura. Nos gramados, um protesto chamou atenção. Assim como fazia nos jogos do Atlético, o centroavante Reinaldo ergueu o punho para se posicionar contrariamente ao regime militar durante a comemoração de um gol.
O Brasil na Copa
O desempenho da Seleção comandada por Cláudio Coutinho foi irregular. Apesar de ter terminado o torneio invicto - com três vitórias e três empates -, o elenco que contava com o cruzeirense Nelinho e os atleticanos Toninho Cerezo e Reinaldo não conseguiu encantar.
Chegou à segunda fase, mas foi eliminado após a polêmica goleada da Argentina sobre o Peru. No fim das contas, terminou o torneio em terceiro, após bater a Itália por 2 a 1.
POSIÇÕES
POSIÇÕES
Campeão: Argentina
Vice: Holanda
3º lugar: Brasil
4º lugar: Itália
Artilheiro da edição: Mario Kempes (Argentina), com seis gols
TRAJETÓRIA DO CAMPEÃO
Primeira fase
Argentina 2 x 1 Hungria
Argentina 2 x 1 França
Itália 1 x 0 Argentina
Segunda fase
Argentina 2 x 0 Polônia
Argentina 0 x 0 Brasil
Argentina 6 x 0 Peru
Final
Argentina 3 x 1 Holanda
TRAJETÓRIA DO BRASIL
Primeira fase
Suécia 1 x 1 Brasil
Brasil 0 x 0 Espanha
Brasil 1 x 0 Áustria
Segunda fase
Brasil 3 x 0 Peru
Argentina 0 x 0 Brasil
Brasil 3 x 1 Polônia
Decisão de 3º e 4º lugares
Brasil 2 x 1 Itália