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América avalia possibilidade de prorrogação de contratos suspensos e evita corte salarial do elenco

Superintendente-geral do clube, Paulo Assis, explicou a situação contratual de todos os atletas do Coelho

postado em 18/06/2020 07:00 / atualizado em 18/06/2020 10:06

(Foto: João Zebral/América)
América dá sequência ao planejamento financeiro em meio à pandemia do novo coronavírus. O clube avalia a possibilidade de prorrogação dos contratos suspensos da equipe feminina e das categorias de base.
 
A suspensão dos vínculos com os atletas das divisões de base e do time feminino se deu no início de maio, com base na MP 936, e é válido por um período de 60 dias. Desde então, o Coelho complementa a renda oferecida pelo governo para chegar ao valor líquido que esses funcionários recebem mensalmente.
 
Em entrevista ao Superesportes, no dia 9 de junho, o superintendente-geral Paulo Assis passou a limpo a situação contratual dos atletas que tiveram seus vínculos suspensos. O Coelho avalia o cenário atual para tomar decisões a respeito do assunto. 
 
“Nós não temos perspectiva de retorno. O contrato, a priori, ao vencer o prazo de 60 dias, ele tem que ser reativado. Primeiro, nós estamos priorizando a equipe principal e dando certo esse processo de retorno e as competições voltando, nós vamos retornando gradativamente com as outras equipes, a categoria de base e o feminino. Mas também muito alinhado com o que a CBF vai fazer. Existe até perspectiva que seja prorrogado o período de suspensão desses contratos, eu particularmente não vejo perspectiva deles voltarem a trabalhar nos próximos 30 dias. Pode ser que apareça uma novidade muito boa em relação ao combate da COVID-19 e a gente consiga retornar com todos nesse período, mas é pouco provável”, pontuou. 

Apenas a equipe profissional masculina retomou os trabalhos no CT Lanna Drumond. Entretanto, o clube ainda avalia a possibilidade do retorno da categoria sub-20 às atividades para dar suporte ao elenco principal. 

Se a gente tiver que voltar alguém primeiro, possivelmente vai ser a categoria sub-20, até para dar suporte ao profissional e é importante esse processo de integração de categorias e o sub-20 ali eventualmente completando o treino do profissional com alguns atletas. Então, nesse momento nós estamos avaliando vários cenários, mas dos que estão com contratos suspensos e estão mais próximos de retorno seria a categoria sub-20”, disse Paulo Assis.
 
   

Corte salarial?

Apesar do impacto da pandemia nas finanças do clube, o América mantém o salário integral de todos os seus funcionários. Tal cenário só sofrerá modificação caso seja necessário tomar uma ‘medida extrema’. 

“Desde o começo a gente falou que essa seria uma medida extrema. Nós vamos tentar adiar isso ao máximo, vamos tentar renegociar com o fornecedor, buscar umas fontes de receita e empréstimos se for possível. A gente fez uma renegociação em relação aos direitos de imagem (dos jogadores da equipe profissional masculina), esses pagamentos estão suspensos desde março e a gente vai renegociar esse pagamento quando voltar à normalidade. A gente não tinha uma visão muito nítida ainda do futuro, mas passamos por um momento melhor com a retomada dos treinos. É muito importante também perceber que o futebol também tem a capacidade técnica, especialmente com a equipe médica, de implementar medidas de combate com eficiência”, disse Assis. 
 
(Foto: Mourão Panda/América)
 
 
A possibilidade de corte salarial de todos os atletas do clube será avaliado de forma cautelosa pela cúpula alviverde. Entretanto, Paulo Assis frisou que os colaboradores com contratos suspensos - como é o caso da equipe feminina, das divisões de base e de funcionários da área administrativa - não podem ser dispensados ou ter os salários reduzidos neste momento.

“Obviamente, se a gente ainda estiver em um cenário do fluxo de caixa prejudicado a gente teria que renegociar uma redução de salário proporcional à redução de jornada. Mas, em relação aos cortes e dispensas, a gente não pode tomar essa medida neste momento, porque quem está com o contrato suspenso tem essa estabilidade durante o período da suspensão. Então, se ele ficar dois meses com contratos suspensos, os dois meses seguintes ao retorno ele não pode ser desligado da empresa. Então, é uma garantia para quem está em casa agora e acredito que nesse período as coisas vão voltando ao normal e se tiver alguma medida vai ser bem ‘leve’ para não prejudicar ninguém”, completou.

O dirigente ainda revelou que o clube mantém conversas diárias com os jogadores do elenco principal sobre o assunto. Segundo Paulo Assis, caso o Coelho tenha que adotar a medida de corte salarial, será pelo menor tempo possível.

“A gente tem conversas diárias com os atletas  e com as principais lideranças e eles estão muito conscientes que a gente está tentando fazer outras alternativas para só ir para esse caminho de negociar cortes se não tiver outra forma. Então, se a gente chegar a esse ponto de ter que cortar, eles vão entender que é necessário e é uma questão de sobrevivência e se acontecer vai ser pelo tempo mais breve possível. Obviamente todo mundo conta com o salário integral, mas todo mundo compreendeu o contexto geral e, de certa forma, nós somos privilegiados nisso”, concluiu.  
 
A equipe profissional masculina deu início à quarta semana de trabalhos no CT Lanna Drumond. O clube agora aguarda a definição concreta do retorno do Campeonato Mineiro. Em reunião na Cidade Administrativa, nessa quarta-feira, a Federação Mineira de Futebol (FMF) entregou uma proposta de retomada do Estadual ao Centro de Operações de Emergência em Saúde de Minas Gerais (COES-MG).   

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