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Lisca, do América, detalha sondagem do Santos: 'Seis jogadores me ligaram'

Treinador recebeu oferta financeira, mas não houve 'proposta oficial' do clube paulista

(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Após a saída do técnico Cuca, em fevereiro, o Santos procurou Lisca, do América, para assumir o cargo. Segundo o treinador do Coelho, houve oferta financeira, mas não uma 'proposta oficial'. O maior interesse em contar com o gaúcho não foi demonstrado pela diretoria do clube paulista, mas sim pelas lideranças do elenco. “Seis jogadores me ligaram”, afirmou Lisca.
 

 
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“O Santos, em particular, houve uma consulta ao meu empresário, que é o mesmo do Marinho. Obviamente que o Santos está trabalhando também em relação à renovação do Marinho, e aproveitou para me fazer uma proposta financeira, que a gente considerou não satisfatória. Mas eu não conversei com ninguém do Santos em relação a trabalho, projeto, ao 'como seria', como o Santos via o meu trabalho, como que eu via o trabalho do Santos também. O Santos não ouviu minhas ideias. Bem ao contrário de como eu fui contratado em todos os clubes que eu já fui contratado. Inclusive, aqui no América, eu conversei com o Salum, vim aqui e conversei com o Paulo Bracks. Eles me colocaram sobre o clube e eu também coloquei sobre o meu trabalho. Acertamos tudo antes de assinar o contrato. Não foi o que aconteceu no Santos”, pontuou o treinador do América em entrevista exclusiva ao Superesportes.

“Dirigente, diretor e presidente não me ligaram. Na verdade, quem me ligou foram os jogadores do Santos. Eu quero agradecer. São seis jogadores que me ligaram. Não vou falar os nomes, mas vocês já devem imaginar que o Marinho e o Felipe Jonathan estavam no meio, por terem sido meus jogadores. Mas os jogadores do Santos tinham essa vontade. As lideranças acabaram me ligando. O que aconteceu foi isso. Não houve uma conversa fidedigna sobre projeto. Houve uma proposta financeira, e a conversa nem evoluiu. A partir daí, ela parou. Então, eu não considero uma proposta assim oficial do Santos. Mas só de ter sido sondado, ter sido perguntado, já me senti honrado. Como eu falei: tudo tem o seu momento, na hora certa, e eu estou muito feliz aqui no América. Não me sinto angustiado de maneira nenhuma por não ter ido para outro clube. Pelo contário, vocês já devem me conhecer um pouquinho, né? Se fosse da minha vontade, eu ia bater na porta do Salum, do Alencar, do Euler e ia dizer: 'Me libera, porque eu não tenho mais cabeça não'”, completou Lisca.

(Foto: Divulgação/Ceará)

Salto na carreira e valorização do América


Questionado pelo Superesportes sobre o desejo de saltar na carreira e ir para um clube 'top-top' - expressão utilizada pelo próprio treinador -, Lisca foi enfático e disse não se sentir angustiado ou ansioso para que isso aconteça. O treinador destacou a valorização salarial recebida na renovação de contrato com o América e detalhou sua postura em relação aos assédios do mercado.

“Não, nenhuma. Até porque o América me valorizou demais, e eu sou grato a isso. Agradecer ao Salum, ao Alencar, a todo Conselho de Gestão, porque, graças a Deus, cheguei num patamar bem legal de recompensa e de reconhecimento. Isso me deixa mais tranquilo e sem tanta necessidade de ir para um 'top-top', porque o 'top-top' financeiramente também te recompensa bem e é um dos objetivos nossos também. Não é só isso que o treinador busca, mas é um dos objetivos. A independência financeira, que o futebol te dá essa possibilidade no nível que nós estamos”, disse Lisca à reportagem.

“Eu recebi muitos convites no ano passado, mas todos eles atrelados à zona de rebaixamento, a buscar recuperação de vários clubes gigantes também do futebol brasileiro. Mas no ano passado, eu já coloquei várias vezes que não era meu interesse. Eu nunca fui no Salum dizer: 'Olha, recebi isso, melhora meu salário'. Nunca, nenhuma vez. O América não mexeu uma linha no meu salário ano passado. Com várias propostas, com mais do que o dobro do que eu receberia no América, mas eu sabia que teria a hora da renovação. Essa seria hora que eu realmente iria ver se o América iria me valorizar ou não. Eu não gosto muito de ficar mudando contrato no meio. O que é combinado é combinado, e eu acho que isso me deu muito ponto também com a diretoria do América. Em nenhum momento eu vim barganhar ou pedir aumento, ou me valorizar com outras propostas. Mas, na hora da renovação, eles realmente me valorizaram bem, e eu sou grato a isso”.

“Esse ano eu recebi três propostas - duas de Série A e uma de Série B. Mas optei por não sair do América. Financeiramente, como eu falei, o América tomou uma providência muito importante, porque para me tirar daqui tem que pelo menos igualar o meu salário e, hoje, o América me deixou numa condição bem boa”, revelou Lisca ao Superesportes.

“Tem uma cláusula rescisória também. O treinador é um pouquinho mais fácil que o jogador. Você paga a cláusula e você é liberado. O jogador tem que cumprir o contrato todo. O treinador, geralmente, é uma multa rescisória de dois meses, que é o meu caso aqui no América. A quebra de contrato faz parte do nosso trabalho, mas não é a minha intenção no momento e espero que não seja a do América por um bom tempo. Até porque hoje já sou o treinador mais longevo do futebol brasileiro com exceção do Renato (Gaúcho, do Grêmio). Um ano e dois meses de clube. Vamos ver se a gente consegue terminar essa temporada, e o América permanecer na Série A. Aí, quem sabe, eu dou esse salto aí. Quem sabe, também não, né? O América fecha o clube-empresa e consegue dobrar meu salário. Eu fico por aqui mais um ano e vocês vão ter que me aguentar (risos)”.

Lisca tem contrato com o América até o fim de 2021. Sob o comando do treinador, o Coelho somou 35 vitórias, 21 empates e perdeu apenas dez vezes em 66 jogos - 63,6% de aproveitamento. Foram 76 gols marcados e 44 sofridos. Com o gaúcho, o clube mineiro alcançou as semifinais da Copa do Brasil pela primeira vez e conquistou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro.
 
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