
Rodrigo Fonseca
Enviado especial
Buenos Aires - Atlético e Cruzeiro sempre sonharam com estádios próprios. Mas já imaginou os arquirrivais de Minas erguendo suas casas lado a lado? Improvável. Mas em Avellaneda, tão estreita rivalidade é realidade há anos. A cidade da grande Buenos Aires, que recebe o Galo nesta quarta-feira, pela Copa Libertadores, se divide entre Racing, rival atleticano no torneio continental, e Independiente. Uma divisão separada por alguns metros.

São menos de 300 metros entre um estádio e outro. Uma rua, a Ricardo Bochini - ídolo do Independiente - , marca os limites. Mas não põe fim a uma das maiores rivalidades do futebol argentino. O clássico de Avellaneda, para muitos, só perde para o encontro entre Boca Juniors e River Plate.
As marcas da rivalidade estão por todos os lados de Avellaneda. Pichações nos estádios e provocações nas ruas acontecem todo o tempo. A paixão pelos clubes vai além dos torcedores. Jogadores também vivem intensamente. É o caso do atacante Diego Milito, que trocou os milhões de euros do futebol europeu para voltar ao clube do coração para viver os últimos suspiros de sua gloriosa carreira.
Saiba mais
Atleta da base do Independiente desconsidera rivalidade e torcerá pelo Racing contra o Galo Aguirre fecha treino do Atlético na Argentina, mas descarta surpresas para enfrentar o Racing Rival do Galo na Libertadores está há cinco jogos sem vitória, mas só perdeu uma em casa em 2016 Com estado febril, goleiro do Racing não treina e é dúvida para enfrentar o Atlético nesta quarta
Quando se confrontam, seja no Libertadores da América ou no Cilindro, a cidade para. Tem sido assim desde 1907, quando os Rojos venceram por 3 a 2.
O Racing se orgulha de ter chegado primeiro às ruas de Avellaneda, em 1903. O Independiente chegou em 1907, depois de passar por outras regiões e se estabelecer no local. Daí em diante, a história começou a ser escrita, com disputas, títulos nacionais e internacionais, tradição e muita rivalidade.
Jogo pela Libertadores
A cidade, que fica a poucos minutos de Buenos Aires, não vive o clima da decisão entre Racing e Atlético. Nesta terça-feira, a rotina do dia a dia é vivenciada, com jovens nas escolas, trabalhadores em suas respectivas funções e comércios funcionando normalmente.