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Presidente do Atlético explica reunião com a WRV e diz que clube tentará pagar todas as dívidas

Sérgio Sette Câmara diz que clube e empresa tentam chegar a acordo para pagamento de dívida que começou em 2000; Alvinegro tentará parcelar valor

postado em 01/02/2018 19:17 / atualizado em 01/02/2018 19:30

Bruno Cantini/Atlético

O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, afirmou que, em seu comando, o clube tentará pagar todas as suas dívidas. Uma delas, com a WRV Empreendimentos e Participações, está em evidência por causa do pedido de bloqueio do dinheiro referente à venda de Lucas Pratto e da futura multa de Fred. O mandatário alvinegro se reuniu nessa quarta-feira com representantes da empresa para tentar chegar a um acordo.

A WRV reinvindica do Atlético o valor de R$ 64.333.000,00. A dívida cobrada pela empresa diz respeito a um empréstimo de cerca de R$ 7 milhões que data do final da década de 1990. O Atlético utilizou a quantia para contratar Guilherme, em 1999, e para renovar os contratos do zagueiro Cláudio Caçapa e do próprio atacante, no ano seguinte.

Sérgio Sette Câmara entende, no entanto, que o valor é bem menor. “Desde que cheguei ao Atlético estou analisando todas as pendências que existem no clube, e essa é apenas uma delas. Vamos tentar ajustar a situação financeira do clube e, obviamente, isso passa pelo pagamento de algumas dívidas que encontrei. O que existe em relação à WRV é que, como venho fazendo com outros credores do Atlético, estive sentado com eles. Tivemos apenas um início de conversa. Esses valores que foram falados são abissais próximos daqueles que efetivamente são os que nós admitimos que possa ser um valor factível de pagamento. Diria que é muito, mas muito menos do que foi falado”, disse à Rádio Itatiaia.

As conversas estão ainda no começo. O presidente do Atlético afirmou que as duas partes tentam chegar a um consenso para fechar o acordo.

“Estamos em um início de conversa, está longe de ter sido selado um acordo. Estamos começando as conversações para que a gente possa achar um número que seja plausível para as duas partes. Enquanto isso não acontecer, o processo continua tramitando normalmente”, acrescentou.

O presidente alvinegro diz ainda que, quando as duas partes chegarem ao valor, tentará um parcelamento a longo prazo para pagamento da dívida.

“A questão continua sub judice. Estamos iniciando uma conversa, vamos buscar um acordo. Houve um empréstimo em 2000, e durante esses 17 anos tiveram amortizações. Basicamente, o que vamos buscar é atualizar esse valor e, com o valor atualizado, vamos sentar com o grupo e construir um acordo que passe por um parcelamento em longo prazo”.

Quitar todas as dívidas

Em busca de um futuro melhor para o clube, Sérgio Sette Câmara prometeu tentar honrar todos os compromissos do Atlético e quitar as dívidas. No entanto, ele também cobra os clubes que devem ao Alvinegro.

“Eles (representantes da WRV) nos atenderam bem, são atleticanos. Lá atrás, de fato fizeram um depósito, o valor que veio a ser cobrado foi acima do que havia sido contabilizado no clube, daí o motivo da discussão. Mas parece que agora a gente começou a achar uma saída interessante. Há o interesse do clube de pagar, o Atlético deseja pagar todas as suas dívidas e vai fazer isso. Vou procurar honrar os nossos compromissos, assim como a gente espera que quem deva o Atlético também honre os seus compromissos. Quando a gente assume alguma dívida contratual, a gente tem que cumprir. É o que vou fazer, dando continuidade às administrações anteriores do clube, que por um motivo ou outro, não chegaram a um acordo sobre a cobrança”.

Entenda o caso


Em dezembro de 2017, Atlético e Fred decidiram conjuntamente estabelecer uma cláusula que prevê o pagamento de multa de R$ 10 milhões caso o atacante acertasse com o Cruzeiro. No acordo com o jogador, o clube celeste aceitou a exigência de assumir a dívida e deu prosseguimento às negociações.

Em meio ao imbróglio, a diretoria do Cruzeiro foi notificada extrajudicialmente por representantes da WRV Empreendimentos e Participações, credor do clube alvinegro, para aguardar decisão do magistrado da 24ª Vara Cível a respeito do tema. Marco Aurélio Chaves Albuquerque definiu o pagamento em juízo dos R$ 10 milhões.

A dívida cobrada pela empresa diz respeito a um empréstimo de cerca de R$ 7 milhões que data do final da década de 1990. O Atlético utilizou a quantia para contratar Guilherme, em 1999, e para renovar os contratos do zagueiro Cláudio Caçapa e do próprio atacante, no ano seguinte. Atualmente, os advogados da WRV entendem que o valor devido está na casa dos R$ 64.333.000,00.

A mesma dívida fez com a empresa pedisse que o juiz determinasse o bloqueio de R$ 20 milhões referentes à venda do atacante Lucas Pratto do São Paulo ao River Plate. Durante a negociação com a diretoria paulista, ficou acordado que o clube alvinegro mantivesse 45% dos direitos econômicos do centroavante argentino.

Dívida antiga

A disputa judicial entre WRV e Atlético começou em 2015. Em 2017, o juiz Marco Aurélio Chaves Albuquerque ordenou ao São Paulo que não deposite o dinheiro da contratação de Lucas Pratto nas contas alvinegras, mas em uma conta judicial. Na época, o clube paulista havia acabado de adquirir os direitos econômicos do jogador.

À época, o Atlético alegou que já existia um recurso em Brasília que pode fazer a anulação total do crédito pedido pelos ex-parceiros e que deveria pedir uma liminar para a cassação da ordem judicial.

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