Rogério Ceni e Tiago Nunes recusaram o Atlético na temporada 2019 (Foto: Divulgação/Fortaleza e Divulgação/Athletico-PR)
O Atlético vive problemas com o comando técnico nos últimos anos. Desde 2016, são três treinadores por temporada. Em 2019, depois da demissão de Levir Culpi, a diretoria, formada pelo presidente Sérgio Sette Câmara, o vice Lásaro Cândido da Cunha, e o diretor de futebol Rui Costa, tentou a contratação de dois nomes para acabar com a rotatividade no cargo: Tiago Nunes, do Athletico-PR, e Rogério Ceni, do Fortaleza. Os dois recusaram a oferta do alvinegro, mas pouco depois aceitaram propostas de outras equipes do futebol brasileiro.
Abaixo, relembre como foram as negociações com o Atlético, a recusa dos treinadores e as decisões posteriores de Rogério Ceni e Tiago Nunes.
Tiago Nunes
Logo após a demissão de Levir Culpi, o Atlético procurou o técnico Tiago Nunes, do Athletico-PR. Rui Costa, diretor de futebol do Galo, enviou a proposta ao treinador e ao seu representante - a oferta foi maior do que o salário recebido no clube paranaense.
Tiago Nunes deixa o Athetico-PR após título da Copa do Brasil; ele vai comandar o Corinthians (Foto: Divulgação/Athletico-PR)
. Tiago Nunes recebeu aumento salarial no Athletico.
A situação ficou marcada pela reclamação de Petraglia, que chamou dirigentes do Galo de desesperados. “Incrível, é verdade, o 'Mineiro' de forma antiética fez proposta milionária ao nosso técnico Tiago Nunes! O próprio presidente (Sérgio Sette Câmara), seu vice (Lásaro Cândido da Cunha) e o traíra Rui Costa (diretor de futebol do Atlético, que trabalhava no Athletico-PR) participaram em viva-voz do telefonema! Desespero total! Esqueceram eles que o Tiago Nunes é de homem de palavra e trabalha no Paranaense”, publicou o dirigente do Athletico nas redes sociais.
Para evitar qualquer polêmica com os dois clubes, Tiago Nunes soltou uma nota explicando a situação. “Confio muito que as relações humanas transparentes não deixam dúvidas sobre os nossos atos e sobre a forma com que conduzimos nossa trajetória. O contato e, posteriormente, proposta oficial formalizada pelo Atlético Mineiro foi recebida por mim e meu representante de maneira honesta. Cumprimos tudo dentro do correto para que os diretores do Athletico tomassem conhecimento e pudessem analisar a oferta. Em conversa com o Presidente do Conselho Deliberativo do Athletico, Mario Celso Petraglia, decidimos pela minha permanência na instituição que me acolheu tão bem e deu condições para exercer minha função da melhor maneira”.
Depois do episódio, Tiago Nunes comandou o Athletico rumo ao título inédito da Copa do Brasil. Após a conquista, o treinador passou a ser ainda mais cobiçado no mercado nacional. O contrato com o clube paranaense se encerraria em dezembro. As propostas para a renovação do vínculo não foram aceitas.
Rogério Ceni fechou com o Cruzeiro, mas só ficou 46 dias e voltou ao Fortaleza (Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Rogério Ceni foi procurado pelo diretor de futebol do Atlético, Rui Costa. A diretoria alvinegra apresentou o projeto do clube, mas o treinador optou pela permanência para tentar conquistar o título da Copa do Nordeste. Pouco tempo depois, ele levou o Fortaleza à taça. Na época da negociação, o Leão do Pici estava na semifinal contra o Santa Cruz.
Cerca de quatro meses depois, Rogério Ceni aceitou a proposta para treinar o Cruzeiro. Em sua chegada a Belo Horizonte, ele explicou o motivo da recusa ao Atlético. “São duas grandes equipes. Há quatro meses atrás eu não poderia trabalhar em lugar nenhum do Brasil, porque estava no meio de duas finais de campeonato estadual e da Copa do Nordeste, pelo Fortaleza. Então, pelo respeito que eu tenho pelo clube. Não só o respeito, mas o desejo de ser campeão. Se estivesse aqui no Cruzeiro, também não iria para lugar nenhum do mundo”, afirmou.
O treinador começou até bem na Raposa, emplacando duas vitórias e um empate nos três primeiros jogos. Em seguida, veio a derrocada, com eliminação na semifinal da Copa do Brasil, diante do Internacional, e tropeços para Grêmio (4 a 1), Palmeiras (1 a 0) e Flamengo (2 a 1), no Brasileiro. A última partida foi o empate contra o Ceará, por 0 a 0, fora de casa.