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Vice do Atlético acionará MP e critica medida contra provocações no clássico diante do Cruzeiro: 'Ilegal, cômica e bizarra'

Polícia Militar proibirá itens com provocações ao Cruzeiro relativas à Série B

postado em 03/03/2020 14:19 / atualizado em 03/03/2020 15:26

(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, considerou um ato de censura a medida da Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) que determinou que os torcedores organizados do Galo não poderão entrar no Mineirão para o clássico com materiais alusivos à queda do Cruzeiro à Segunda Divisão. 

O Atlético vai acionar o Ministério Público contra a proibição. Lásaro disse que a medida é ilegal, cômica e bizarra. "Há um equívoco total na proibição. Ela é ilegal, bizzarra, cômica, não tem possibilidade disso. Inacreditável que a PM tenha feito essa proibição", frisou, em entrevista à rádio 98FM

"Isso é uma ilegalidade total. Censura inadmissível. Acho que a PM tem que tirar completamente isso. Faz logo essa retirada antes que vire uma vergonha nacional. A Polícia Militar de Minas Gerais tem um trabalho reconhecido em todo o Brasil, tem suas qualidades, tem um pessoal preparado, mas essa proibição é vexatória, cômica, ilegal, bizarra, inadmissível", acrescentou o dirigente. 

"Não vamos agora tentar consertar dizendo que não é bem assim, as coisas são muito claras. Ligaram-me da reunião dizendo isso, e falei para constar em ata. O ofício já está pronto aqui para encaminhar para o Ministério Público, que atua sempre com muita prontidão, para corrigir equívocos, ilegalidades, absurdos, o que faz corretamente, espero que na mesma rapidez o Ministério Público atue para cassar essa ordem da PM".

PM diz que restrição é exclusiva às organizadas

O ponto polêmico da ata é o item 33. Nele, a "PM determina proibição de entrada de qualquer artefato que tenha a imagem com a letra B", em referência ao rebaixamento cruzeirense à Segunda Divisão.

Depois da reunião, o major Flávio Santiago, porta-voz da PM, esclareceu que a proibição se restringe apenas a integrantes de torcidas organizadas e não a torcedores comuns do Atlético, detalhe que não consta na ata.



"Em relação à própria questão da letra B, não há problema nenhum. Isso não vai ser barrado no dia do jogo. A Polícia Militar vai ter um foco específico em relação às faixas, em relação a bandeiras, de torcidas organizadas, por exatamente a questão da incitação do ódio que tem sido veiculada em relação a elas, inclusive com mortes, inclusive com tráfico de drogas, inclusive com roubos, problemas envolvendo torcedores, às vezes do mesmo time. Esclareçam isso pra mim, é muito importante, se puderem colocar em suas mídias sociais, dizer: PM esclarece que o foco, em relação a discurso de ódio, está atrelado às torcidas organizadas. E camisetas com letras, isso não faz a menor diferença pra nós, que estaremos lá para garantir o policiamento. O mais importante é que as pessoas que puderem evitar qualquer tipo de situação de incitação, que contribuam com o processo de segurança pública. A proibição contida na ata é específica em relação às torcidas organizadas e também em relação afaixas, bandeiras, desse discurso de ódio que acontece entre as torcidas organizadas", declarou Santiago em áudio enviado à imprensa.

Reunião

Nesta terça-feira, representantes de Atlético, Cruzeiro, Polícia Militar e Federação Mineira de Futebol (FMF) se reuniram para acertar detalhes do clássico deste sábado, às 19h, no Mineirão, pela oitava rodada do Estadual. 

O encontro na sede da FMF, no Barro Preto, em Belo Horizonte, definiu que o clube celeste terá carga de 6 mil ingressos (10% do total). Por motivos de segurança, a PM proibiu a torcida atleticana de levar itens de provocação ao rebaixamento do rival à Série B do Campeonato Brasileiro. O Galo é o mandante do jogo.

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