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Sette Câmara comenta desentendimento com Kalil e diz que o Atlético precisa de 'paz'

Presidente alvinegro disse que, caso continue as brigas políticas no clube, até o departamento de futebol pode ser contaminado por esse ambiente pesado

postado em 13/11/2020 09:35 / atualizado em 13/11/2020 09:51

(Foto: Alexandre Guzanshe / EM DA PRESS))
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, voltou a comentar a briga política com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. O dirigente disse que o clube precisa de 'paz' e, também por isso, não insistiu em sua candidatura à reeleição no Galo. 

“Eu, se sentisse - como senti -, que poderia haver algum tipo de embate político porque eu eventualmente viesse a insistir na minha reeleição, isso poderia prejudicar o clube também. Então, pode colocar naquela listinha que eu coloquei para você de questões profissionais e pessoais (que o fizeram desistir da candidatura). O Atlético em primeiro lugar. Nós temos que estar aqui em paz", disse.

O presidente alvinegro disse que, caso as brigas políticas no clube prossigam, até o departamento de futebol pode ser contaminado por esse ambiente pesado.

"Para dar continuidade a esse trabalho, é necessário que o Atlético esteja em paz. Esse é um ponto extremamente importante, porque um clube que viva numa turbulência política, queira ou não, aquilo acaba de alguma maneira contaminando o departamento de futebol, os jogadores, a torcida, a imprensa. A gente começa a perder o foco. Não podemos perder o foco. Não quero perder o legado que estou deixando aqui. É muito importante que a gente dê continuidade àquilo que fizemos e implementamos nesses três anos”, destacou.

Câmara voltou a criticar as condicionantes para a construção da Arena MRV e a revisão do IPTU da sede do clube, no bairro de Lourdes. 

"Eu procurei sempre ser muito apolítico. Durante todos esses três anos, não fiz menção alguma a quem quer que seja da política, críticas e etc. Posso ter feito algum tipo de reclamação, como fiz recentemente da questão relativa às condicionantes, ao valor das condicionantes. Não estou nem dizendo que isso daí é uma coisa específica do prefeito. Não é, porque ele faz parte de uma engrenagem ali. Mas acho que pesaram a mão. É minha opinião, eu tenho direito de ter. Acho que isso não é bom, porque se você é um investidor, quer fazer um grande empreendimento na cidade e olha para um outro grande investimento, como é o nosso estádio, e vê que realmente teve que fazer uma contrapartida muito alta, isso pode - pode, não estou dizendo que isso vai acontecer - ser um desestimulante. Tem que ter mesmo as condicionantes, não estou dizendo que não temos que cumprir a norma, a regra. Mas talvez pudesse ter sido mais leve", disse. 

"E a questão que teve aí mais recentemente de uma revisão do IPTU aqui da sede, que independentemente do valor, como alguém andou falando aí: ‘Ah, porque é só um valor, está dando chilique!”. Pelo amor de Deus! Aqui eu brigo por R$ 1. Se tem gente que acha que R$ 40 mil é pouco dinheiro, eu não acho. Então, eu brigo aqui por cada centavo. Acredito que é só assim, com esse tipo de política austera e dura, que a gente vai conseguir de fato implementar o que a gente quer no Atlético: redução de custos, adequação de folha, pagamento dos nossos devedores. É tudo uma questão de cultura", acrescentou.

Racha político


O racha político no Atlético foi exposto no fim do ano passado. Incomodado, Alexandre Kalil não compareceu à eleição para presidência do Conselho Deliberativo, que elegeu Castellar Guimarães, seu aliado, como presidente. 

Kalil deu a entender que não ficou satisfeito com a aproximação de Sérgio Sette Câmara com Ricardo Guimarães, seu grande desafeto político no clube. 

Além disso, o atual presidente começou a afastar da diretoria pessoas próximas a Kalil. Isso gerou incômodo nos bastidores.

A situação piorou neste ano. Guimarães pediu a Sérgio Sette Câmara a demissão do médico Felipe Kalil, filho de Alexandre. O atual presidente se mostrou contra, assim como Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente, e Castellar Guimarães.

Incomodado com a situação, Felipe Kalil oficializou o pedido de demissão junto à diretoria do clube. Sette Câmara tentou reverter a situação, mas o médico se mostrou irredutível.