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Cuca diz que Atlético quis manter jogo e elogia árbitro: 'Teve coragem'

Protestos na Colômbia ameaçaram o prosseguimento da partida contra o América de Cáli-COL nesta quinta-feira, pela Copa Libertadores

postado em 14/05/2021 00:53 / atualizado em 14/05/2021 01:11

(Foto: Reprodução/Conmebol)

vitória do Atlético por 3 a 1 sobre o América de Cáli-COL, nesta quinta-feira, foi paralisada em diversos momentos em função dos efeitos gerados nos jogadores pelo gás lacrimogêneo utilizado pela polícia da Colômbia nas manifestações que ocorriam nos arredores do Estádio Romelio Martínez. Em certa altura do primeiro tempo, foi cogitado o adiamento da partida, válida pela quarta rodada do Grupo H da Copa Libertadores. O Galo, porém, foi contra, como explicou o técnico Cuca.


O treinador afirmou que o posicionamento de dar prosseguimento ao jogo se deveu ao apertado calendário do futebol brasileiro. Se fosse adiada, a partida provavelmente seria concluída nesta sexta-feira, também na Colômbia. A mudança dificultaria o planejamento do Galo, que volta ao Brasil para jogar, no domingo, o duelo de ida da final do Campeonato Mineiro contra o América, no Mineirão, em Belo Horizonte.

"É uma viagem muito longa (do Brasil até a Colômbia) e você vai ter que voltar aqui para jogar de volta. E o nosso calendário é muito apertado. Jogar amanhã também não adiantava, porque temos a decisão no domingo. Então, nós falamos para o árbitro que tinha que seguir o jogo. No segundo tempo, teve menos paradas, uma ou duas só. Agora, no primeiro tempo foi muito mais difícil. Essa dificuldade engrandece e muito a vitória que a gente teve", disse o treinador.



Cuca ainda elogiou o árbitro Andrés Cunha, do Uruguai, por levar a partida até o fim. "Tem que dar os parabéns para a arbitragem do Andrés, que dirigiu muito bem e teve coragem para manter a partida até o final", disse.

O jogo parou várias vezes, em especial no primeiro tempo. Enquanto a bola rolava, foi possível ouvir bombas que estouravam do lado de fora do estádio. O efeito era sentido pelos jogadores momentos depois, quando o gás lacrimogêneo era levado pelo vento até o gramado.

"O sentimento é triste, porque é a luta do povo pelos direitos deles. E a gente se sensibiliza com isso também. Porém, ficava praticamente impossível respirar, porque seca muito a garganta e lacrimeja. No primeiro tempo, foram cinco paradas que tivemos que fazer. Isso desconcentra muito os dois times. Eu conversei com o árbitro e ele me disse que, se não fizesse o jogo hoje, teria que fazer amanhã", disse Cuca.

"Para nós, não era possível, porque no domingo temos uma final no Brasil e teríamos que jogar hoje custasse o que custasse. Isso a gente falou no meio-tempo para os jogadores, que não adiantava ficar se lamentando por isso ou aquilo. Que tínhamos que ganhar, jogar o jogo com essas dificuldades todas, com essa confusão que estava fora do campo. Nós nos concentramos bem no segundo tempo e pudemos fazer os gols que nos deram a vitória", completou.

Com a vitória, o Atlético se isolou na liderança da chave, com dez pontos, e garantiu classificação às oitavas de final da Libertadores com duas rodadas de antecipação. Agora, o foco é na final do Mineiro, marcado para 16h deste domingo.

As manifestações



As manifestações começaram em 28 de abril em contrariedade a mudanças tributárias desejadas pelo governo federal. Depois dos protestos, o projeto foi retirado da pauta legislativa. No entanto, a revolta social continuou na Colômbia. Os objetivos são diversos e vão desde a criação da renda básica e o fim da violência policial até a rejeição de um plano de reforma da saúde.

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