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COPA LIBERTADORES

Atlético: repórteres veem Boca enfraquecido, mas mercado pode mudar cenário

Superesportes ouviu três jornalistas que cobrem o dia a dia do clube do Buenos Aires sobre o confronto da Copa Libertadores

postado em 02/06/2021 09:40 / atualizado em 02/06/2021 10:24

(Foto:  AFP / POOL / Juan Mabromata)

O Boca Juniors está longe de ser aquele time que metia medo em toda a América do Sul nos anos 2000. Hoje, o clube de Buenos Aires continua forte nacionalmente, já que venceu a última edição da liga local, mas no cenário internacional tem enfrentado muitas dificuldades. Prova disso é que foi goleado pelo Santos por 3 a 0, na Copa Libertadores do ano passado. No duelo mata-mata deste ano, o Atlético vai encarar uma equipe enfraquecida, acreditam jornalistas argentinos ouvidos pelo Superesportes. Contudo, o Boca pode ganhar qualidade neste mercado. Vários jogadores estão na mira, como Éver Banega, do Al-Shabab, Carlos Bacca, do Villarreal, e Roger Martínez, do América do México.



"A atualidade de Boca não é nada boa. Em termos de resultados, ganhou os últimos dois torneios locais da Argentina (Campeonato Argentino e Copa Diego Maradona). Mas, se analisarmos os resultados da Libertadores, caiu com um resultado muito vergonhoso para o Santos (3 a 0). Depois disso, a equipe tem muitas partidas que não joga nada bem, mas alcança os resultados positivos pelo individual, e não tem constância. Ganha um, dois jogos, e depois perde um ou dois jogos. É uma equipe com altos e baixos. Nesse último semestre, não jogou nada bem", disse o jornalista Franco Mena.
 
"Para a próxima fase, o Boca prepara uma renovação muito importante. Estimam que devem sair até dez jogadores que o Boca já não quer no seu plantel. Não são jogadores importantes, mas atletas que não estão acrescentando ao clube e em fim de contrato. Para isso, o clube deve substituí-los. O Boca tenta grandes nomes, mas está muito complicado, pois não tem dinheiro. Os atletas que vão chegar devem ser do futebol argentino, mas creio que não haverá tanto impacto. Devem chegar o atacante Orsini, do Lanús, o meio-campista Esteban Leonardo Rolón, do Huracán, e o atacante Norberto Briasco, também do Huracán".

O Boca Juniors tenta reforços de peso, mas falta dinheiro. "Outros nomes que estão na mira: Roger Beyker Martínez, que é complicado porque está no México e a questão econômica pesa, Carlos Arturo Bacca, outro complicado de vir, e dois laterais, um direito e um esquerdo. O plantel não está à altura do Boca Juniors. O treinador também está na mira da torcida, que não tem mais paciência. E o cruzamento com o Atlético não foi visto de forma positiva. Se fosse o Boca de outro momento, tudo bem. Poderia ser o adversário que fosse. Mas para este Boca que não vem nada bem é um rival complicado", concluiu Franco Mena.  

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ainda não definiu com precisão datas e horários das partidas. Porém, já divulgou em quais semanas serão disputadas as oitavas de final. O primeiro jogo, no estádio La Bombonera, em Buenos Aires, na Argentina, será na semana de 14 de julho. Já o jogo do Mineirão, em Belo Horizonte, no Brasil, ocorrerá na semana de 21 de julho.

História

(Foto:  AFP / POOL / Juan Mabromata)


O jornalista Leandro Aguilera, do canal TyC Sports, entende que será um duelo muito complicado para o Boca. Ele, contudo, acredita que um time com a história do Boca Juniors não pode ser desconsiderado.

"Vejo como um duelo muito difícil para o Boca. O Atlético Mineiro é um clube que se reforçou muito bem na última temporada, tem um técnico como Cuca, conhecido pelo Boca devido ao duelo na semifinal da Copa Libertadores de 2020, quando dirigia o Santos. Além disso, é um plantel que Jorge Sampaoli desenhou e conhecemos muitos argentinos que estão no elenco, assim como brasileiros que vêm rendendo muito no time", disse.

"Será um duelo difícil e contra um dos rivais que o Boca queria evitar. Mas o sorteio definiu um Boca x Atlético. O Boca tem capacidade para avançar na Copa Libertadores: tem história, tem jogadores, tem plantel, mas vem aí uma renovação bem grande agora. Por isso, para se classificar precisará fazer jogos muito inteligentes, tanto na ida como na volta, e precisará se reforçar bem porque vai perder muitos jogadores do plantel atual nesse mercado de passes", frisou.

'Boca é Boca'


Apesar de destacarem a fragilidade deste Boca Juniors, os jornalistas fazem questão de lembrar a força que o time consegue em momentos desfavoráveis. Foi isso que disse Luis Fregossi, apresentador do Mundo Boca. Ele afirmou que "Boca é Boca; é grande por sempre sair das adversidades".

"O rendimento do time não é bom, o técnico Miguel Ángel Russo não conseguiu fazer o time jogar bem em nenhum momento desse semestre e saíram vários jogadores do plantel. Então, Boca terá que enfrentar uma reforma estrutural em nomes, que terão que melhorar o desempenho futebolístico. O panorama não é o melhor, não é alentador, mas, bem, sempre dizemos aqui em Buenos Aires que Boca é isso, Boca é Boca. É grande por sempre sair das adversidades. Sempre terá possibilidades. Mas, o que podemos dizer é que vai ser muito complicado o duelo com o Atlético".

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