CRUZEIRO X ATLÉTICO
Relatório da PM ao MP narra atrito entre torcidas, mas não confirma autoria de rojões
Nesta quarta-feira, sargento citado na súmula diz que não acusou Galoucura, do Atlético, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, de terem atirado rojões
postado em 24/09/2014 18:19 / atualizado em 24/09/2014 20:06
Diferentemente do que foi informado ao Superesportes na segunda-feira, o Centro de Comando Operacional da Polícia Militar, localizado atrás de um dos gols do Mineirão, não dispõe de imagens esclarecedoras sobre a suposta troca de rojões entre as facções. O relatório enviado ao promotor de Justiça Fernando Abreu, coordenador do Procon Estadual, limita-se a resumir os acontecimentos e não entra no mérito sobre as torcidas autoras.
Caberá ao MP investigar vídeos anexados ao relatório e punir os responsáveis. No documento, o comandante do Batalhão de Eventos, coronel Ricardo Garcia Machado, sugere ao promotor punição severa e dissolução das torcidas organizadas dos dois clubes.
”No relatório, eu não entrei nesse mérito, quem jogou contra quem. É um relato muito sucinto. Estou mantendo obviamente a posição dos meus assessores, de que o atrito envolveu as duas torcidas. Houve agressões entre as torcidas. Isso houve. Sobre o arremesso de bombas, eu não detalho. Não dá para afirmar isso (os autores). A imagem que temos não é legal, não é nítida”, disse o coronel Machado.
Embora o relatório sobre a confusão seja inconclusivo, o procurador de Justiça Desportiva Paulo Schimitt se baseou principalmente na súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique e nas imagens de TV para denunciar Atlético e Cruzeiro ao STJD. Por sua vez, o dados passados ao juiz foram relatados pelo sargento Barcaro, que sequer esteve nas arquibancadas do estádio, já que comandava a proteção do trio no gramado.
Nesta quarta, o sargento Alencar Barcaro se pronunciou numa rede social e afirmou que em momento algum afirmou que as torcidas Galoucura, do Atlético, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, atiraram bombas no interior do estádio. Ele alega que apenas relatou o que lhe haviam informado, via rádio, no Centro de Comando Operacional.
Por meio do gerente de operações Severiano Braga, a Minas Arena, responsável por administrar o Mineirão e suas 364 câmeras instaladas (98 delas com zoom de 36x), ratificou que ainda não existem imagens que comprovem a autoria dos arremessos.
“Estamos analisando as imagens do circuito interno do Mineirão. É um trabalho minucioso, demorado e que demanda muito cuidado. Estamos assistindo minuto por minuto das gravações. Até agora, até o presente momento, não há nenhuma imagem (que flagre os autores)”, disse ao Superesportes.
No domingo, durante o clássico, a Polícia Militar apreendeu com a torcida Galoucura duas bombas, um sinalizador e um soco inglês. Onze pessoas foram detidas e encaminhadas ao juizado por conta de envolvimento em brigas.