América
None

ENTREVISTA

Perto do Corinthians, Rodriguinho fala em tom de despedida e agradece ao América

Ex-camisa 10 do Coelho praticamente confirmou a negociação com o clube paulista

postado em 30/09/2013 19:58 / atualizado em 30/09/2013 20:38

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Rodriguinho ainda não assinou contrato, mas já fala como jogador do Corinthians. Nesta segunda-feira, foi anunciada a proximidade do acordo entre o ex-camisa 10 do América e o clube paulista. O agente Eduardo Uram, responsável pela carreira do jogador, é quem fecha os últimos detalhes com a diretoria do Timão. A transferência deve ser oficializada nesta terça-feira.

O último empecilho para Rodriguinho assinar com o Corinthians é o prazo concedido ao El Jaish, do Catar. No dia 6 de setembro, o América anunciou a venda dos direitos econômicos do jogador para o clube árabe por 4,5 milhões de euros, porém não recebeu nenhuma garantia no negócio. A janela de transferências internacionais para o país se esgota nesta segunda-feira.

Durante a tarde desta segunda, o Superesportes confirmou a existência do acordo com o Corinthians por meio de Edi Souza, antigo empresário de Rodriguinho. No início desta noite, a reportagem conseguiu entrar em contato com o jogador, que falou sobre a pendência com o El Jaish, o carinho pela torcida do América, os momentos mais marcantes em Minas Gerais e, por fim, o provável futuro no Corinthians.

Por que não houve o acordo com o El Jaish?


“Desde que as propostas foram enviadas de lá para cá, nós chegamos a um acordo. Contudo, na hora do pagamento, eles não quiseram cumprir com o combinado e abaixaram a oferta. Nem com o valor inicial oferecido ao América e muito menos com o salário proposto para mim”.

Qual era o seu desejo: jogar em um clube de um país onde o futebol tem pouca visibilidade ou voltar a disputar a Série A do Brasileiro?

“Surgiu a proposta e eu aceitei, porém não era o que eu realmente queria. A negociação que apareceu do Catar era muito boa, mas a minha vontade era voltar a jogar a Série A . Agora, com a possibilidade de dar certo com o Corinthians, fico muito mais contente. Ainda não me passaram nenhum detalhe da transferência, mas a certeza é que tem de ser até esta sexta-feira, quando se encerram as inscrições para o Campeonato Brasileiro”

Qual é o seu sentimento em relação ao América?

“Eu quero agradecer por tudo que passei aqui no América. Eu já tinha feito uma negociação (com o El Jaish) e me despedi do grupo. Acho que era o momento de sair. Mas eu tenho um carinho muito grande pelo clube, amigos, diretoria, torcedores e tudo mais. Tenho certeza que saio pela porta da frente, com a consciência de que fiz o meu melhor. O América estará para sempre no meu coração”.

Qual foi seu melhor momento no Coelho? E o pior?

Sem dúvida foi a minha recente fase, nesta Série B. Estávamos brigando para chegar perto do G-4 e eu vinha em boa crescente, com muitos gols e assistências. Infelizmente nós caímos de rendimento, mas continuamos com chance de subir. Já o pior momento foi a queda da Série A em 2011. Fui contratado com o projeto de manter o clube na elite para dar continuidade a um projeto, mas infelizmente amargamos o rebaixamento. Sem dúvida foi o fato mais negativo que vivi no América”

Por que o time não consegue embalar uma sequência de vitórias na Série B?

“É uma coisa difícil de explicar. Começamos o campeonato muito bem, o time se fortaleceu com bons jogadores e ocupou a parte de cima da tabela. Agora está um pouco mais difícil, pois o campeonato está na reta final e distância do G-4 é considerável. A instabilidade no Independência também atrapalha. Mas não há nada perdido e o América, pelo elenco que tem, pode voltar a evoluir na competição”

Deixa algum recado para a torcida alviverde?

“Quero deixar bem claro o meu carinho pela torcida, que ia para o Independência e gritava meu nome, pedindo para eu ficar. Ela foi de extrema importância para as coisas que eu conquistei aqui. Fiz mais de 100 jogos pelo América e estarei torcendo por ele onde estiver. Quero que o clube volte à Série A e espero poder jogar aqui novamente um dia.

O América tem costume de revelar bons jogadores para o futebol brasileiro. Espelha-se nos históricos de Tostão, Palhinha, Euller, Fred e Danilo para crescer na carreira?

“A história mostra que o América formou bons jogadores. Espero ser mais um que possa ter o sucesso que estes tiveram e estão tendo ainda. Pretendo me firmar na equipe pela qual jogarei e, por que não, pensar em Seleção Brasileira? Espero corresponder às expectativas depositadas em mim”

O volante Paulinho, que jogou contigo no Bragantino e passou pelo Corinthians, hoje faz sucesso na Seleção. É outro exemplo a ser seguido?


“Eu e o Paulinho temos uma amizade legal, principalmente quando jogávamos juntos no Bragantino. Hoje, por ele estar na Inglaterra, perdemos o contato. Não há dúvidas de que ele tem uma grande história no Corinthians, recheadas de títulos, e eu espero seguir o mesmo caminho”.

Chegou a conversar com alguém do Corinthians? Como espera enfrentar a concorrência?


“Não conversei com ninguém do Corinthians, mas nem precisaria muito. É um clube pelo qual todo jogador gostaria de jogar. Em relação à concorrência, o Danilo, o Douglas e o Renato Augusto são excelentes e consagrados jogadores. Então, se der certo, eu espero chegar no clube, conquistar meu espaço e mostrar meu valor para o treinador (Tite)”.

Existiu alguma proposta de Atlético e Cruzeiro?

“Não tive conhecimento. Como eu te disse, as propostas chegam primeiro à diretoria e depois é que passam para mim. Não soube de nada. Mas Deus sabe o que é melhor para nós e eu espero ter bons momentos no Corinthians”.

Tags: el jaish rodriguinho entrevista américa corinthians negociação transferência