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Novo comandante do América, Drubscky vem de trabalhos 'relâmpagos' como técnico

Treinador ficou por pouco tempo nos cinco últimos clubes que dirigiu

postado em 21/06/2018 08:51 / atualizado em 21/06/2018 18:19

Beto Novaes/EM/D.A Press

Depois de levar “não” de Zé Ricardo, ex-Flamengo e Vasco e que recebeu sondagem do mundo árabe, o América escolheu o diretor de futebol Ricardo Drubscky para comandar o time na sequência da Série A do Campeonato Brasileiro. Ele substituirá Enderson Moreira, que acertou com o Bahia. O Coelho ocupa o 13º lugar na Série A, com 14 pontos, e enfrentará o Cruzeiro no dia 19 de julho (quinta-feira), às 19h30, no Mineirão, pela 13ª rodada.

Ao justificar a decisão, o presidente americano Marcus Salum ressaltou que Drubscky conhece bem o grupo de jogadores, já que trabalhou na busca por contratações enquanto ocupava o cargo diretivo, e terá total capacidade de fazer a equipe apresentar um futebol de qualidade. A tese defendida pelo mandatário do Coelho tem fundamento, uma vez que um profissional de fora poderia demandar mais tempo para compreender o perfil do elenco e, por consequência, amargar maus resultados.

Em compensação, o novo treinador do América lidará com um histórico recente não muito favorável. Conforme os dados da própria ficha técnica divulgada no site oficial do Coelho nessa quarta-feira, Drubscky acumulou trabalhos ‘relâmpagos’ em seus cinco últimos clubes: Vitória, Fluminense, Osasco Audax-SP, Tupi e Anápolis-GO. Nesses episódios, o contrato foi rompido em no máximo quatro meses.

A passagem pelo Fluminense, por exemplo, foi iniciada em 24 de março de 2015 e encerrada menos de dois meses depois, em 20 de maio. O retrospecto geral até era razoável – cinco vitórias e três derrotas, com pouco mais de 62,5% de aproveitamento –, mas a eliminação na semifinal do Campeonato Carioca para o Botafogo e a derrota por 4 a 1 diante do Atlético na segunda rodada da Série A foram determinantes na tomada de decisão por parte do então diretor-executivo do Tricolor, Fernando Simone.

Em 2016, Ricardo Drubscky treinou o Tupi em grande parte do Campeonato Mineiro, alcançando a nona colocação na primeira fase (13 pontos), e no começo da Série B, cuja campanha foi muito ruim e culminou com sua demissão após sete rodadas (uma vitória e seis derrotas). Essa passagem pela equipe de Juiz de Fora durou apenas quatro meses.

No segundo semestre de 2016, o treinador acertou com o Anápolis-GO para a disputa da Série D. A competição já estava em andamento, e o time goiano necessitava de duas vitórias para se classificar à segunda fase. E conseguiu. Os triunfos por 1 a 0 sobre Luziânia e 2 a 0 diante do Sinop colocaram o Anápolis no mata-mata. Drubscky levou a equipe à terceira fase (oitavas de final), até ser parado pelo Volta Redonda-RJ, que ganhou o confronto eliminatório e veio, posteriormente, a ser campeão da quarta divisão nacional.

Antes das passagens meteóricas por esses clubes, Ricardo Drubscky conseguiu boas campanhas em outras agremiações. No Brasileiro de 2014, o Goiás comandado por ele conseguiu a 12ª colocação, com 47 pontos (13 vitórias, 8 empates e 17 derrotas). Em 2013, no Joinville, chegou a brigar pelo acesso, ocupando a terceira posição na 22ª rodada, com 40 pontos. Entretanto, uma série de seis jogos sem vitória (dois empates e quatro derrotas) e a consequente queda na tabela (do terceiro para o nono lugar) aceleraram a saída do treinador. Em 2012, Drubscky subiu com o Atlético-PR da Série B para a A (3º lugar, com 71 pontos). Já em 2011, foi campeão da Série D pelo Tupi.

Expectativas

Sebastião Ricardo Drubscky de Campos, de 58 anos, é formado em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais. Além de treinador e diretor esportivo, ele escreveu o livro Universo Tático do Futebol - Escola Brasileira. É justamente em função das qualificações profissionais e da busca constante pelo aprendizado que ele acredita no desenvolvimento de um grande trabalho no América.

"Sou um estudante assíduo do futebol moderno. Eu ministro aulas em cursos de treinadores na CBF há mais de 15 anos.  Eu, como professor, entro sempre com interesse de aprender. Tenho acompanhado o que o mundo vem jogando. Meu estilo de jogo é de propor, que defende e ataca, que não tem medo de jogar, é um estilo que quer ajudar a modernizar o futebol brasileiro. Há 20 anos, o máximo que se corria era 5 ou 6 mil metros. Hoje, se corre 12, 13 mil metros por jogo. O jogo mudou muito, e é dentro desta seara que meu jogo acontece. Podem acreditar que vamos ter um time que joga, que busca jogar, assim como vem jogando, e vai tentar melhorar todos esses conceitos", disse o técnico.

"Já trabalhei nas quatro divisões do futebol brasileiro, já experimentei várias situações e conquistei títulos nacionais, de base, estaduais, regionais. O futebol brasileiro pode e deve abraçar o futebol moderno. Isso não tem nada a ver abandonar o seu DNA. Temos um ninho que produz jogadores. Com toda qualidade de treinamento e estrutura, os europeus não conseguem produzir o número de jogadores que nós produzimos. Por que não, nós que somos essa fábrica de talentos, trazer um pouco de qualidade de treinamento para qualificar nosso jogo. Quem me conhece sabe as ideias que eu defendo, e vou tentar implementar isso no América", concluiu Drubscky.

Diretor de futebol

Ricardo Drubscky chegou ao América para o cargo de diretor de futebol em outubro de 2016, quando o time estava em vias de ser rebaixado à Série B. Em 2017, ele trabalhou em parceria com o técnico Enderson Moreira na montagem do grupo que se sagrou campeão da segunda divisão nacional.
    
Trabalhos 'meteóricos' de Ricardo Drubscky


Vitória – dez/2014 a mar/2015


Jogos: 14
Vitórias: 8
Empates: 4
Derrotas: 2


Fluminense – mar/2015 a mai/2015

Jogos: 8
Vitórias: 5
Derrotas: 3

Osasco Audax-SP – ago/2015 a out/2015

Jogos: 10
Vitórias: 3
Empates: 3
Derrotas: 4


Tupi – fev/2016 a jun/2016

Jogos: 16
Vitórias: 5
Empates: 1
Derrotas: 10


Anápolis-GO – jun/2016 a out/2016

Jogos: 6
Vitórias: 2
Empates: 3
Derrotas: 1


Melhores trabalhos recentes de Drubscky

Goiás – abr/2014 a dez/2014

Jogos: 43
Vitórias: 15
Empates: 9
Derrotas: 19
Gols marcados: 41
Gols sofridos: 43
Feito: 12º lugar no Brasileiro


Joinville – jul/2013 a out/2013

Jogos: 18
Vitórias: 7
Empates: 8
Derrotas: 7
Gols marcados: 25
Gols sofridos: 22


Atlético-PR – jun/2012 a jul/2013

Jogos: 37
Vitórias: 22
Empates: 10
Derrotas: 5
Gols marcados: 78
Gols sofridos: 40
Feito: acesso da Série B para a A, em 2012 (3º lugar, com 71 pontos)


Tupi – jun/2011 a nov/2011

Jogos: 16
Vitórias: 10
Empates: 3
Derrotas: 3
Gols marcados: 29
Gols sofridos: 16
Feito: campeão da Série D do Brasileiro

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