Toscano foi decisivo para América na Série B e na Copa do Brasil (Foto: Mourão Panda/América )
Há cinco anos, Marcelo Toscano viveu um dos melhores momentos da carreira. Na Série A2 do Campeonato Paulista, fez 13 gols em 18 jogos pelo Mirassol e dividiu a artilharia com Diogo Acosta, do São Caetano, e Jobinho, do Rio Branco. Contratado pelo América, deu sequência à grande fase ao marcar 14 gols em 35 partidas na Série B e ajudou o time a subir à elite do Campeonato Brasileiro, em quarto lugar, com 65 pontos.
Toscano recebeu proposta de renovação do Coelho, mas preferiu garantir a independência financeira da família com um contrato irrecusável do Jeju United, da Coreia do Sul. Durante um ano e meio, mostrou o faro de goleador ao balançar a rede 20 vezes em 59 jogos. Em julho de 2017, transferiu-se para outro clube da Ásia, o Omiya Ardija, do Japão. Na Terra do Sol Nascente, onde permaneceu até o fim de 2018, o jogador contabilizou apenas um tento em 33 partidas.
No início de 2019, o América procurou Marcelo Toscano e lhe propôs vínculo de dois anos. O meia-atacante, que sempre demonstrou carinho pelo clube, aceitou. Mas os torcedores que esperavam um repertório de gols, tal como ocorreu na segunda divisão de 2015, acabaram frustrados. Longe de seu melhor rendimento, Toscano só anotou dois tentos em 30 jogos na temporada passada, a ponto de ser emprestado ao Mirassol para a disputa do Paulistão no primeiro semestre de 2020.
No fim de abril, o América confirmou o retorno de Marcelo Toscano ao Lanna Drumond. Em julho, o técnico Lisca elogiou o empenho do veterano de 35 anos nos treinamentos e afirmou que ele seria muito importante para o grupo no decorrer da temporada.
Marcelo Toscano teve grande destaque em primeira passagem pelo América (Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
“Ele treina 100% o tempo todo. É o último ano de contrato dele no América, é um momento importante para ele profissionalmente até para uma sequência aqui ou uma saída com boas perspectivas de trabalhos em bons clubes. Ele sabe disso”, disse o treinador, ao Superesportes.
“É um cara muito qualificado tecnicamente, muito assertivo nas conclusões, é um cara que tem um poder de definição muito grande. Ele tem feito funções um pouco mais de construção, um pouco mais de pensar o jogo do que até de definir o jogo. Eu trabalho ele em duas funções: uma um pouco mais com liberdade, outra um pouco mais preso. Ele tem me dado boas respostas e vai ser um cara muito importante para a gente”, complementou Lisca.
Talismã
Mesmo sem o protagonismo de 2015, Marcelo Toscano correspondeu à confiança de Lisca e caiu novamente nas graças dos torcedores. Versátil, ele cumpre tanto a função de referência no ataque quanto a de armador. E em 2020, conseguiu calibrar o pé nas cobranças de falta, algo que não havia acertado em 2015.
Oportunista, Toscano percebeu o erro de Cássio no tiro de meta, acompanhou a recuperação de bola de Neto Berola (que havia entrado ao lado dele na partida) e se antecipou ao lateral-direito Fagner. Ao receber a assistência do companheiro, deu carrinho de pé esquerdo e mandou a redonda para o fundo da rede.
O gol diante do Corinthians foi o quarto do meia-atacante em 24 jogos pelo Coelho em 2020. No geral, ele chegou a 20 em 89 partidas defendendo o clube. Para seguir no elenco até o fim da Série B, em 31 de janeiro de 2021, o atleta precisa estender o contrato que se encerra em dezembro por pelo menos um mês. Ele assegura que a preocupação de momento não é essa.
“Quero focar no nosso objetivo de deixar o América mais uma vez na Série A. Estou tranquilo em relação a isso, realmente focado, tenho certeza que a gente vai conseguir o nosso objetivo. As coisas vão acontecer naturalmente. Se for da vontade de Deus, vai ser. O meu foco nesse momento é recolocar o América na elite do futebol. É só pensar nisso mesmo. O resto a gente vê lá na frente”, declarou, há pouco mais de uma semana.