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Sette Câmara completa dois anos na presidência do Atlético cercado de críticas, frustrações e nenhum título

Ano de 2020 será o último da gestão do atual mandatário do Galo

postado em 11/12/2019 07:00 / atualizado em 10/12/2019 19:38

(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)

No dia 11 de dezembro de 2017, Sérgio Sette Câmara bateu Fabiano Lopes Ferreira e foi eleito presidente do Atlético. A vitória esmagadora na eleição – 266 a 41 – completa dois anos nesta quarta-feira. E a gestão do mandatário, que prometia austeridade, readequação financeira e time vitorioso, é marcada por críticas da torcida, frustrações dentro de campo e nenhum título.

Quando assumiu o comando do clube, Sette Câmara disse que tinha vivência dentro do futebol e afirmou que o planejamento seria a marca de sua gestão no Atlético. “Estive muito tempo dentro de vestiário. Já ‘chupei muita laranja’ dentro do vestiário, essa que é a grande verdade. Acredito que tenho uma boa experiência. Vou colocar toda a minha obstinação, que sempre tive em tudo na minha vida, em prol do Atlético. Faço as coisas com muito planejamento, essa é uma marca que tive em minha vida todas as coisas que fiz”, declarou, logo em sua primeira fala como presidente do Atlético.

Sette Câmara chegou ao clube fazendo mudanças, se livrando de jogadores com contratos onerosos, casos de Robinho e Fred, e acertando a saída de atletas como Felipe Santana e Roger Bernardo, que tinham salários altos e não eram utilizados. Sem poder financeiro para contratar, o presidente iniciou a trajetória cumprindo a promessa de austeridade. No início de 2018, chegaram apenas jogadores por empréstimo ou que estavam sem clube

Após início de ano conturbado, marcado pela demissão de Oswaldo de Oliveira e chegada do interino Thiago Larghi, além da perda do título mineiro para o Cruzeiro, o presidente conseguiu o seu melhor negócio no clube. Ao lado de Alexandre Gallo, então diretor de futebol, ele fechou a contratação do jovem Emerson – que pouco tempo depois, se tornou a segunda maior venda da história do Atlético.

Na pausa para a Copa do Mundo de 2018, o time levou duros golpes, com as perdas de Róger Guedes, que saiu para o futebol chinês, e a lesão de Gustavo Blanco, um dos destaques do time. Em compensação, chegaram sete jogadores – destes, só Chará se firmou como titular. O colombiano, inclusive, é a contratação mais cara da história do clube, que ainda deve cerca de 3 milhões de dólares ao Junior, da Colômbia.

A primeira temporada de Sette Câmara terminou com uma vaga na pré-Libertadores após fracassos em outros torneios: eliminação na primeira fase da Copa Sul-Americana, que ele mesmo chamou de Segunda Divisão da Libertadores, e da Copa do Brasil, para a Chapecoense, nos pênaltis. 

Em 2018, o ambiente foi bem conturbado. Foram vários protestos contra o presidente e o diretor de futebol Alexandre Gallo – demitido no fim de outubro. Alguns jogadores também foram alvos da fúria da torcida atleticana – o cenário de protestos repetiu no segundo ano da gestão.
 
(Foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
 

2019 


Para 2019, o clube fez investimentos no setor defensivo – contratações de Réver, Igor Rabello e Guga. Para o ataque, chegaram jogadores sem vínculos com outros clubes. 

Depois de um começo de ano animador, o time deu vexame na Copa Libertadores, saiu na fase de grupos e Levir Culpi foi demitido. A torcida voltou a protestar contra a diretoria, que agiu rápido para contratar Rui Costa como diretor de futebol

Para as finais do Campeonato Mineiro, Rodrigo Santana assumiu como interino e, assim como Thiago Larghi, foi efetivado após começo empolgante. O time acabou derrotado pelo Cruzeiro, mas saiu na bronca com a arbitragem. 

O começo do Brasileiro foi bom para o Atlético, que se perdeu no meio da competição. Na pausa para a Copa América, o clube fez dois grandes investimentos em jogadores que não conseguiram se firmar na equipe: o uruguaio Lucas Hernández (custou cerca de R$ 12 milhões) e o paraguaio Ramón Martínez (cerca de R$ 8,4 milhões).

Logo na retomada das competições, o time sofreu uma eliminação dolorosa para o arquirrival Cruzeiro na Copa do Brasil. Na Copa Sul-Americana, o Atlético avançou até a semifinal, mas foi eliminado nos pênaltis para o Colón, da Argentina. No Brasileiro, o time oscilou, chegou a perder seis jogos seguidos na competição e acabou apenas na 13ª posição – o Galo só escapou do rebaixamento na 36ª rodada.


A temporada só não terminou com sabor ainda mais amargo para o Atlético por causa do rebaixamento do arquirrival Cruzeiro, que vai disputar a Série B pela primeira vez.
 
(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)
 

E para 2020?


O Atlético termina 2019 com muitas indefinições. A primeira delas é sobre o comandante para a temporada 2020. Vagner Mancini, que encerrou o ano no clube, não vai ficar. Os mais cotados para o seu lugar são Fábio Carille, ex-Corinthians, e o espanhol Miguel Ángel Ramírez, campeão da Copa Sul-Americana com o Independiente Del Valle, do Equador.


O clube ainda não fala sobre reforços, mas Sette Câmara já deixou claro que o Atlético não tem dinheiro para contratações e vai tentar buscar novos jogadores por meio de trocas. 


A pressão no clube estará ainda maior no Campeonato Mineiro, já que o Atlético será o único participante da competição na elite no futebol brasileiro. 

Se não conseguir resultados expressivos, Sette Câmara não vai atingir um dos objetivos traçados em seus primeiros meses como presidente, logo após um dos protestos da torcida contra a sua gestão: Esses que estão protestando vão ser os mesmos que vão gritar o meu nome quando nós formos campeões”.

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