
Basta se lembrar do episódio que quase resultou na eliminação do Tupi da Série D que o presidente do clube, Áureo Fortuna, embarga a voz e transpira indignação. O caso envolvendo a invasão do massagista da Aparecidense para evitar um gol decisivo do Galo Carijó aos 44 minutos do segundo tempo ganhou notoriedade nacional e será levado a julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva nesta segunda-feira. Por enquanto, o placar de 2 a 2, que daria a vaga ao clube goiano, está suspenso.
Com a denúncia à Aparecidense e ao funcionário Esquerdinha, que protagonizou o lance absurdo, o dirigente espera que o adversário seja desclassificado da competição. Segundo Fortuna, a realização de uma nova partida seria a menor das penas para o que considera um 'atentado ao futebol'. Em conversa com o Superesportes, o mandatário do Tupi falou sobre as expectativas para o julgamento e a recepção à Aparecidense em Juiz de Fora, caso a Justiça determine que o jogo tenha que ser realizado novamente. Leia a entrevista completa abaixo.
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Nós entramos com uma representação visando denunciar a infração com alguns objetivos. Em primeiro lugar, queríamos a paralisação do campeonato e conseguimos que nossa chave fosse paralisada; a eliminação da Aparecidense pela atitude antidesportiva, antiética, que reverteu o resultado; e alternativamente, como última hipótese, a realização de uma nova partida. Nós que representamos isso e, até agora, as autoridades da Justiça Desportiva receberam a representação e devem dar um pronunciamento até segunda-feira, segundo consta.
Qual foi a estratégia do Tupi para elaborar a representação?
Nós não nos baseamos em nenhuma estratégia. Os fatos estão lá. Por exemplo, se você vir um crime sendo cometido, um ato ilícito, como foi o caso, você denuncia e foi isso que nós fizemos. Aquilo foi um ato ilícito que prevê punições, mas quem pune são as autoridades constituídas. O que o Tupi tinha que fazer, que é a representação contra aqueles fatos, já fez. Agora a decisão está nas mãos do STJD e da CBF.
Vocês utilizaram quais provas para fazer a denúncia? Haverá algum depoimento?
Não precisa mais do que provas nesse caso. A situação ficou pública e notória. Colocamos as fotos e os vídeos que todos já viram. Haverá depoimento na fase de instrução, que acontece depois. Nós insistimos na desclassificação dessa equipe, porque tudo foi premeditado. Mas, somente as autoridades constituídas que podem mandar e o que elas mandarem nós vamos cumprir. Mas tudo está sujeito a recurso.
Por que você acredita que foi premeditado?
Eu não acredito, está mais do que óbvio. Eu não tenho dúvida nenhuma de que foi uma atitude premeditada, quem estava lá, quem viu os vídeos sabe disso. E o próprio massagista confessou isso.
A Aparecidense declarou que está com medo de represálias no caso de um novo jogo em Juiz de Fora. Como o Tupi vai se proceder em relação a isso?
Azar o deles, eles que deram o caldo e agora têm que suportar o efeito. Juiz de Fora sempre foi uma cidade hospitaleira, não tem histórico nenhum de violência. Mas o que nós queremos mesmo é a desclassificação desse time, o que eles fizeram foi um atentado ao futebol.
Algum outro clube foi solidário ao Tupi?
Basta a população e a torcida do Tupi, todos estão sendo muito solidários conosco.
O senhor já tinha visto um episódio como esse no futebol?
Nunca vi, nem como torcedor nem como dirigente. Espero nunca mais passar por situação igual. Por isso, eu acho que a punição tem que ser exemplar, isso não pode se repetir.